Fotos: Beto Albert (Diário)
Um copo de café, umas mordidas em um chocolate, alguns cigarros, muita água e conversa em grupo. Cada um usou de um artifício para conter a ansiedade antes de entrar para salas de aplicação de prova como as do Concurso Nacional Unificado. Neste domingo (18), os candidatos passaram seis horas testando suas habilidades em conhecimentos gerais e específicos, em busca de uma vaga, das 6 mil disponíveis, para 21 órgãos federais. Santa Maria foi uma das cidades de aplicação.
Os cadernos de prova estarão disponíveis a partir das 21h de domingo (18). E, na terça-feira (20), será divulgado os gabaritos preliminares das provas objetivas.
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O desafio começou oficialmente a partir 8h30min, horário de fechamento dos portões. Mas, horas antes, a estudante Waltielle Lopes Boeno, 21 anos, já estava ansiosa. Ela precisava sair do Bairro Centro e chegar na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
– Bem difícil para chegar por causa dos ônibus. Uma hora de espera. Mas consegui chegar – reclama Waltiell, candidata que se inscreveu para o setor de análises clínicas, área em que estuda.
Essa é a primeira vez de aplicação da prova, chamada popularmente como "Enem dos Concursos". Ainda que remeta a uma prova já existente, os candidatos foram curiosos para conhecer sua estrutura. Como foi o caso da arquiteta Jéssica Corsini Vieira, 33 anos.
– Estava com bastante expectativa, principalmente, para ver como iria funcionar por ser a primeira. Como iria acontecer e, também, como seria estruturada. Achei as perguntas bem formuladas, que não são diretamente da legislação, não é 'decoreba'. Mas o texto dissertativo achei bem extenso. Uma temática bem ampla. Pedia muita coisa, para você colocar em 35, 40 linhas – avalia Jéssica, que tinha como conhecimento específico o Estatuto da Cidade e Plano Diretor.
Um dos desafios dos participantes era administrar o tempo de prova. No turno da manhã, os inscritos assinalaram 20 questões objetivas e discorreram sobre um tema. Os blocos de nível superior (1 a 7) responderam uma questão dissertativa de conhecimento específico.
No caso do bloco de nível médio (bloco 8), fizeram uma redação sobre como a educação pode ajudar a reduzir desigualdades. À tarde, outras questões objetivas de múltipla escolha foram respondidas.
Público
Foram mais de 2,1 milhões de inscritos. Inicialmente, o CNU estava marcado para o dia 5 de maio, porém, foi cancelado dois dias antes por conta das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul naquele mês. Com a alteração da data, mais de 30 mil candidatos desistiram e solicitaram reembolso da taxa de inscrição.
Até a publicação desta reportagem, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) não havia divulgado a taxa de abstenção.
O concurso
O concurso unificado oferece 6.640 vagas para 21 órgãos da administração pública federal. As novas convocações para os cargos previstos neste concurso poderão ser feitas a cada seis meses ou conforme a necessidade e o fluxo de liberação e desocupação dos cargos.
Os salários básicos iniciais dos aprovados variam de R$ 4.407,90 a R$ 22,9 mil, conforme o cargo.
Enem dos concursos
- Nível superior/graduação: 5.948 vagas
- Nível médio: 692 vagas
- Total: 6.640 vagas
Cronograma
Os cadernos de prova estarão disponíveis a partir das 21h de domingo (18). Já nesta terça, dia 20 de agosto, será feita a divulgação preliminar dos gabaritos das provas objetivas.
O resultado será divulgado em 21 de novembro e, em janeiro de 2025, começam as convocações dos aprovados.
Lista de espera terá o dobro de vagas imediatas
O MGI anunciou que organizará um banco de dados para fila de espera, com os nomes de candidatos aprovados no Concurso Nacional Unificado. A lista terá 13 mil vagas imediatas, o dobro das vagas ofertadas para os blocos inicialmente. O candidato que não alcançar a nota suficiente para passar na primeira opção de cargo, mesmo que tenha nota mínima para o segundo cargo prioritário, vai continuar no banco de candidatos.
Além disso, o candidato pode ser chamado mesmo já tendo ocupado uma segunda opção selecionada na prova. As contratações poderão ser feitas a cada seis meses ou de acordo com a necessidade dos órgãos públicos.