Trabalho

Comércio e construção civil cortaram 300 empregos no primeiro semestre em Santa Maria

Juliana Gelatti

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Santa Maria está tendo o pior ano desde 2009 em relação à geração de empregos, com apenas 533 novas vagas criadas no primeiro semestre, queda de 71% em relação ao mesmo período de 2013. O comércio é um dos que contribuíram para esses números, pois cortou 96 empregos no semestre. Conforme representantes do setor, as vendas caíram muito desde o começo do ano, e o prejuízo que chega a 30% para alguns lojistas santa-marienses, o que se refletiu nas demissões. A construção civil também tem saldo negativo, com o fechamento de 204 empregos.

Desde a crise global de 2009, Santa Maria não tinha um resultado tão ruim na geração de empregos. Ademir da Costa, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio Varejista de Santa Maria (Sindilojas), avalia 2014 como o "ano perdido" para o comércio:

_ As vendas caíram muito nesses primeiros meses do ano, há comerciantes amargando prejuízos de até 30%. E quando o empresário não vê alternativas, acaba demitindo, mesmo aquele funcionário em que investimos na capacitação. Até o fim do ano, há a esperança de que as demissões não sejam mais necessárias e as vendas melhorem _ explica Costa.

Para Rogério Reis, presidente do Sindicato dos Comerciários da cidade, há a migração desses trabalhadores para outras áreas, e não desemprego:

_ O pessoal está procurando outras alternativas, principalmente nas áreas técnicas _ explica Reis.

Já a construção civil, que, junto com o comércio, soma 300 vagas fechadas no primeiro semestre, sinaliza uma desaceleração no lançamento de novas obras na cidade:

_ Desde o começo do ano, sentimos a retração nas vendas, e o ritmo de novas construções já diminuiu. Mas as que já começaram têm de ser finalizadas. A compra de um imóvel envolve segurança, que está abalada, neste ano, com as eleições, além dos juros altos e da restrição ao crédito. Até o começo de 2015, esse ritmo não deve aumentar _ diz o empresário do ramo e presidente da Cacism, Luiz Fernando Pacheco.

Conforme a diretora da Ello RH, Maria Eni Saibt, de uma forma geral as vagas continuam sendo abertas na cidade, mas em ritmo menor este ano. Para ela, o ano deve fechar com geração de vagas positiva, mas saldo menor do que nos últimos anos:

_ Junho é que foi atípico, com poucas vagas. Julho já está sendo um mês diferente, de retomada _ diz.


Apesar dos cortes no Estado, indústria gera empregos na cidade

Já a indústria conserva saldo positivo em Santa Maria, mas teve um mês de junho ruim. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados foram divulgados há duas semanas, mas números informados pelo IBGE na última semana atestam retração de 4% nos empregos da indústria de janeiro a maio, além do fechamento de 6,6 mil vagas entre maio e junho no Estado. Já em Santa Maria, a situação não preocupa. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Metal Mecânica e de Material Elétrico, Luiz Alejarra Coelho, as demissões até agora não sinalizam crise, mas um movimento natural do setor:

_ Não há nada que mostre que este não é um ano normal _ diz.

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