Racismo no futebol

"Agressões racistas acontecem há muito tempo, a diferença é que agora tem visibilidade", comenta coordenador de pró-reitoria da UFSM sobre os casos de racismos vivenciados no futebol

Os casos de racismo na Espanha com o jogador do Real Madrid, Vinicius Junior, tem impactado o futebol do mundo todo. Para a próxima rodada do Campeonato Brasileiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) preparou ações para se posicionar contra os ocorridos vividos pelo atleta. O coordenador de Desenvolvimento Regional e Cidadania da Pró-reitoria de Extensão (PRE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) concedeu entrevista à Rádio CDN 93.5 FM para falar sobre o assunto. 


No último domingo (21), no jogo entre Valencia e Real Madrid válido pelo Campeonato Espanhol, torcedores do Valencia entoaram frases racistas direcionadas para Vinicius Junior. Os atos já haviam sido registrados em outros momentos e naquele jogo, antes da chegada do ônibus do time merengue ao estádio, os torcedores imitavam sons de macaco. Segundo o coordenador as agressões racistas já acontecem há muito tempo, a diferença é que agora tem visibilidade


– Isso a gente tem no futebol, mas temos em quase todos os outros esportes também. Normalmente quando se repercutia quando vinha a mídia essas ações de racismo, esses gritos ou cânticos racistas nos estádios era porque alguns jogadores reagiram. Então ficava muito mais famosa a reação deles do que os ataques. 


Vitor explica que a reação do Vinicius Junior, de responder aos ataques e apontar para os culpados, contribui para que o racismo não seja normalizado e passe despercebido


– Temos nos estádios isso como se fosse normal porque os agressores acham que vai ser algo que pode desestabilizar o jogador. É por causa dessas situações de denúncia, que outros espaços se abrem para dialogar sobre racismo. 


Posicionamentos

Não são ações pontuais, são coisas recorrentes. É algo que permeia toda a sociedade. As denúncias devem ser feitas e as instituições devem reconhecer esses erros. A La Liga, a Federação Internacional de Futebol (Fifa), precisam pegar a responsabilidade para elas – comenta Vitor.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu aos casos de racismo sofridos na reunião do G7, que aconteceu em Hiroshima, no Japão. Na coletiva, o presidente se posicionou em solidariedade ao jogador


– Não é possível que quase no meio do século 21 a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol na Europa.


O posicionamento do presidente da La Liga, culpabilizando o jogador pela atitude escancara ainda mais o racismo estrutural, conforme explica o coordenador:


– Essas atitudes fazem com que os jogadores pareçam que estão se vitimando. 


Após o ocorrido

Vinicius Junior não tem jogado pelo Real Madrid desde o acontecido devido a uma lesão. Na partida contra o Rayo Vallecano, o jogador estava presente no Santiago Bernabéu e foi ovacionado pela torcida. Uma faixa foi estendida com os dizeres “Vinicius Junior somos todos nós. Basta Já”. Aos 20 minutos do primeiro tempo de jogo, aplausos foram escutados no Estádio, fazendo referência ao número da camisa do jogador. 


Agora, segundo a CBF, os jogadores entrarão em campo com camisas escritas "Com racismo não tem jogo". Também, no início das partidas, os atletas sentarão no gramado por 30 segundos demonstrando apoio ao ato.


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Letícia Almansa Klusener

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