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VÍDEO: como melhorar a relação do seu cão com o carteiro?

Da redação*

Foto: Jean Pimentel (Arquivo Diário) e Arte: Paulo Chagas
Histórias da profissão mostram que a relação entre cães e carteiros começa de forma negativa, mas pode terminar bem

Basta que o carteiro (ou qualquer outra pessoa) se aproxime do portão para que o cachorro da casa comece a latir, rosnar ou até mesmo atacar a pessoa. Mas você já parou para pensar o por que esta relação é tão conflituosa?

Conforme o estudante de Medicina Veterinária e treinador de animais Marcelo Ilha, essa situação é gerada pelo instinto de proteção do animal:

- Para o cão, o carteiro é um estranho. O animal tende a enfrentar toda e qualquer ameaça ao lugar onde vive e aos tutores.

No entanto, o trato entre pets e entregadores de correspondência pode ser harmonioso. É o que prova a servidora dos Correios Cristiane Silveira, que trabalhou durante quatro anos nas ruas de Santa Maria e, somente uma vez, teve problema com um cão.

Foto: Arquivo Pessoal
Cristiane chegou a ser atacada por um fila quando era carteira. Ela conta que, com o tempo, entendeu que os animais só queriam defender território.

Ela conta que, com o passar do tempo, percebeu a necessidade de criar uma amizade com os animais para poder desempenhar a função sem sobressaltos. Cristiane, inclusive, levava biscoitos caninos para distrair e conquistar aqueles que já considera companheiros de jornada:

- Eu trabalhava mais pelo Centro e na Vila Carolina, o que facilitava a minha rotina, já que os ataques, geralmente, vêm de cães comunitários, que cuidam das ruas em regiões periféricas.

Cristiane entende que os cães reagem para proteger território. A servidora diz que não há uma receita exata para transformar essa relação. Apaixonada por animais, ela diz que a paciência é a melhor maneira de transformar esses atritos em carinho mútuo:

- Já tive medo dos cães que ficavam soltos na rua. Com jeitinho, eles se acostumam com a nossa presença e tudo flui bem. Já encontrei um pitbull mais dócil que um gato doméstico.

O TEMPO É  A SOLUÇÃO
Nos bastidores da profissão, as histórias entre cães e carteiros são inúmeras. O secretário geral do Sindicato dos Carteiros de Santa Maria, Ernani Menezes, 52 anos, fala que o contato com os animais é inerente à atividade. Segundo ele, é necessário ter atenção com os cães que ficam soltos na rua:

- Já fui atacado por um fila na Rua João Lino Preto, no Bairro Pinheiro Machado. Não foi grave porque me defendi com a bolsa.

Algumas dessas histórias começam de forma negativa e acabam bem. Menezes fala que, em várias casas, ele reconhece os pets pelo nome, inclusive, conseguiu amansar alguns deles.

- Quem sofre mais são os motociclistas. Tenho um colega que foi derrubado da motocicleta por um cão. Não sei o motivo exato, mas eles são os mais visados - relata.

De acordo com Menezes, violência não resolve a questão:

- O diálogo com os tutores do animal pode ser uma das soluções para que a situação não se repita.

Vilmar Rosa, 45 anos, trabalhou como carteiro de 2002 a 2017. Neste período, ele caiu da motocicleta duas vezes. Ele conta que a amizade com os animais veio com o tempo, quando eles passaram a reconhecê-lo. Mas, enquanto isto não aconteceu, ele chegou a cair e se machucar.

- Nessas quedas, já entortei o guidão da moto e cortei o braço. O barulho da motocicleta os incomoda. Até aprender a lidar com a situação, tive vários problemas - diz Vilmar.

Antônio de Pádua Serafim, 61 anos, começou a trabalhar como carteiro em 2001 e, atualmente, trabalha como operador no centro de triagem dos Correios. Em mais de uma década entregando correspondências no Coração do Rio Grande, ele foi atacado cerca de 15 vezes. Antônio, que chegou a ter ferimentos graves decorrentes de mordidas de cães grandes, também foi atacado pelos menores:

- Um pinscher avançou na minha perna e demorou a largar. Com o passar do tempo, aprendi a lidar com os cães. Cheguei a carregar ração e água para os animais que viviam na rua. Quando percebia o perigo, passei a me defender com a bolsa de correspondência e a não dar as costas.

Segundo Ilha, ao latir e perceber que o carteiro vai embora em seguida, o cão entende que agiu corretamente com o comportamento agressivo. O treinador diz que o carteiro deve ter calma para estabelecer o contato com o animal, podendo, inclusive, estender a mão para que ele cheire, mesmo sem tocar diretamente no cão.

Confira outras dicas do treinador de cães Marcelo Ilha de como melhorar a relação do animal com o carteiro

Nos materiais informativos dos Correios, a empresa passa as seguintes recomendações para os tutores dos cães:

  • Instalar a caixa de carta fora do alcance do cachorro e ao alcance do carteiro
  • Abertura para entrada de correspondência deve ter, no mínimo, 25cm de largura e 2cm de altura, sem partes cortantes ou rebarbas que causem ferimentos 
  • Corrigir possíveis aberturas na grade da residência
  • Sempre fechar o portão da casa
  • Conferir se a altura do muro é suficiente para que o cachorro não consiga pular
  • Quando for necessário atender o carteiro para assinar um documento, preste atenção para que o animal não
  • escape pelo portão. Se for o caso, prenda o cão
  • Instale uma caixa receptora de correspondência. Ela deve ser colocada junto ao portão, grade ou muro da residência. O local deve ser apropriado para evitar que o carteiro tenha que entrar no jardim, quintal, garagem ou  que precise colocar a mão ou o braço dentro de alguma área da casa 
  • Vacine o animal anualmente contra todas as doenças
  • Coloque um aviso, como as placas de "cuidado com o cão"
  • Use guias e coleiras quando for passear com o cachorro e não permita que ele fique solto nas ruas

*Colaborou Rafael Favero

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