Deni Zolin

Em 10 anos, total de restaurantes em Santa Maria cresceu 69%

Em 10 anos, total de restaurantes em Santa Maria cresceu 69%

Foto Beto Albert

Muito além de bufê a quilo, galeto, churrascarias e xis. No setor gastronômico, Santa Maria passou por ondas ou modas, como a das pastelarias, pizzarias, parrilas, hambúrgueres e sushis. E, agora, dos food parks (espaços onde o cliente tem várias opções gastronômicas no mesmo local). Além do crescimento do setor, houve diversificação, com empreendimentos para todos os gostos e bolsos, que cresceram muito nos últimos 10 anos. Um levantamento feito pela prefeitura, a pedido do Diário, revela que Santa Maria teve crescimento de 69% no número de restaurantes registrados de 2013 para cá, passando de 109 para 185 estabelecimentos em uma década.

ESTABELECIMENTOS REGISTRADOS NA PREFEITURA DE SANTA MARIA


Restaurantes
Bares
2013
109
64
2019
140
58
2020
156
66
2021
178
73
2022
175
81
2023
186
82
2024
185
82

 

 A título de comparação, de 2010 para 2022, a população de Santa Maria cresceu 4%, passando de 261.031 para 271.663 habitantes, segundo o IBGE.


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O número de restaurantes se manteve em alta mesmo após a pandemia de Covid-19. Depois de sofrerem muito com a restrição ao funcionamento, em 2020 e 2021, quando acumularam prejuízos e empréstimos bancários para evitar a falência, muitos restaurantes e bares começam a ter agora as contas em dia, pois já terminaram ou estão com as parcelas de financiamentos no final. Isso, dos que sobreviveram, pois nem todos conseguiram suportar os meses sem atividade ou atendimento limitado na pandemia. Apesar desses contratempos, o número de restaurantes em Santa Maria segue crescendo, com pelo menos 10 novos estabelecimentos desde o fim do auge da Covid-19, passando de 175 para 185 restaurantes.

Segundo a prefeitura, o número pode ser ainda maior, porque de 2021 para cá, com a Lei de Liberdade Econômica, é possível que estabelecimentos dessa espécie possam abrir sem a obrigatoriedade de estarem previamente cadastrados na prefeitura, isto é, livres de licenças prévias. Nesses casos, o que ocorre é a fiscalização posterior, e somente após é realizado algum tipo de cadastro da atividade no sistema. Além de restaurantes, muitos microempreendedores individuais também passaram a vender marmitas, inclusive com ofertas nos aplicativos de delivery, o que facilitou as vendas. Porém, podem não estar na contabilidade da prefeitura.


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Segundo um levantamento da Associação de Hotéis, Restaurantes, Agências de Viagens e Turismo de Santa Maria (AHTurr) feito durante a pandemia, havia 504 empreendimentos gastronômicos na cidade, incluindo também quem vende só para delivery, salgadinhos e doces. São mais de 5 mil empregos diretos, contando os gerados também pelos hotéis.

Outro movimento que pode ter contribuído para o crescimento no número de restaurantes foi a chegada de shoppings, onde há empresas locais, mas também foi a porta para a vinda de redes de fora. A onda mais recente é a de food parks, que são espécies de praças de alimentação a céu aberto. Há pelo menos três na cidade.

 
no caso dos bares, também houve crescimento nos 10 anos. A alta foi menor, de 28%, passando de 64 para 82 estabelecimentos registrados na cidade.

IMPACTO

O setor de alimentação tem uma grande variedade de estilos e públicos: desde a comida sofisticada àquela corriqueira, do dia a dia, para quem tem o dinheiro contado. Um dos locais que tiveram crescimento de opções foi Camobi, perto da UFSM, onde dezenas de novos prédios residenciais foram erguidos nos últimos 20 anos. Na Faixa Nova, o restaurante Tauchen Gourmet está instalado desde 2018, no prédio que antes era ocupado pelo Etnias, e é focado em bufê a quilo somente ao meio-dia, de segunda a sábado. Tem hoje 20 funcionários. Para um dos sócios, Cauan Tauchen, o crescimento do número de restaurantes acompanhou a expansão do bairro. Por isso, ele diz que o estabelecimento não sofreu um impacto da ampliação da quantidade de concorrentes.

 
Outro sócio, Helton Tauchen, que trabalha há décadas na área gastronômica, avalia que a cidade até enfrenta uma falta de restaurantes:

– Santa Maria tem carência de opções à noite. Muitos fecharam na pandemia. Muitos abrem e fecham. Mas o problema é não estão priorizando a qualidade. Alguns até têm um bom cardápio, mas pecam no atendimento – comenta.

Desafios

A poucas quadras dali, o restaurante Sal & Pimenta está desde 2018, quando saiu do Centro e se mudou para a Faixa Nova, aproveitando o bom fluxo de clientes da UFSM e de Camobi. Segundo o proprietário, Luiz Eduardo Reiniger, o reflexo do aumento da concorrência é pequeno, pois já tem um público cativo da universidade, do Hospital Universitário e de moradores e empresas de Camobi.

Em 2018, ele gastou para mudar o restaurante do Centro para Camobi e, em seguida, acumulou mais empréstimos por conta da crise da pandemia. Foi quando começou a fazer hambúrguer à noite, mas teve de desistir pela falta de ônibus para funcionários no final da noite. Agora, com o fim do pagamento dos empréstimos, a situação está sob controle. O desafio segue sendo o peso de custos fixos, como aluguel, funcionários (ele tem oito) e energia para ar-condicionado e freezer. Ele comenta que é por isso que o preço de uma bebida é diferente no restaurante em relação ao supermercado.


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