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A moda do tamanho único

Por gerações, os corpos gordos foram submetidos à regras na moda baseadas no "evite/use". Na restrição estavam: listras, regatas, roupas volumosas ou justas. Já na liberação: peças largas e/ou fluídas e em cores escuras.

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Nos últimos 10 anos acompanhamos uma mudança impulsionada principalmente por influenciadoras digitais gordas. Entretanto, os corpos ainda passam por restrições na indústria fashion. Hoje, o tamanho único é uma forma expoente de exclusão de corpos gordos na moda.

Foto: Buzzfeed (reprodução)

Esse tipo acaba por restringir a moda, com estilos e tendências, para um único corpo: o magro. O tamanho único nega a existência de uma pluralidade corporal e endossa um sistema de beleza baseado na condenação de mulheres gordas e na exaltação de um padrão estético.

O simbolismo em torno do tamanho remete não só ao fomento de um ideal de beleza, como revela que a indústria da moda ainda tenta controlar os corpos femininos. Esse sistema é cruel para todas as mulheres por fomentar não só a gordofobia como a pressão estética.

A constante busca por atender a esse ideal (sempre em alteração) traz dúvidas e inseguranças: sou muito baixa? Muito alta? Muito magra? Muito gorda? Cuidado com a "eterna insatisfação" promovida por ela.

A certeza é de que: o tamanho único faz retrocedermos na conquista de uma moda mais democrática e inclusiva, afinal precisamos abordar o(s) corpo(s) a partir da diversidade.

MODA PARA QUEM?
Em 2014, o Buzzfeed convidou cinco modelos com diferentes tipos de manequins e alturas para experimentar as roupas tamanho único comercializadas por uma marca internacional.

As participantes que conseguiram vestir as peças, vendidas como "one size fits most" (um tamanho veste todas, em tradução livre), apresentaram looks com resultados diferentes. Entre os figurinos (acesse aqui) estavam blusas que ficaram muito curtas ou apertadas em corpos com proporções distintas, seja no busto ou na cintura.

Assim, além de restrito, o tamanho único tem um caimento distinto nos corpos (quando a peça serve).

Apesar das risadas e brincadeiras que fizeram parte do vídeo produzido durante o experimento, o cotidiano é diferente. O sofrimento gerado, o constrangimento vivenciado em muitas lojas e a culpabilização enfrentadas por mulheres gordas são reais.

Corpos são diferentes. Precisamos continuar escancarando preconceitos, buscando por representatividade e por reivindicar nosso espaço em formas legítimas de pertencimento e de manifestação de identidades, como através da moda.

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