Com estradas destruídas, mais de 50 pessoas desalojadas e distritos sem luz ou água, Santa Maria vive um momento de calamidade. Na manhã desta quinta-feira (2), foi resgatado um grupo de moradores da localidade de Linha 7, no distrito de Palma, entre os municípios de Silveira Martins e Santa Maria.
A ocorrência foi atendida pelos bombeiros voluntários Diogne Oliveira e Luciano Sarturi. Segundo Sarturi, a equipe salvou mais de 10 pessoas, entre eles, dois bebês.
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Salvamento
Entre os resgatados, estão o casal de aposentados Leonice Comin, 62 anos, e Neimar Comin, 70; o aposentado Flavio José Valcorte, 63; a esposa, a dona de casa Carmen Lucia Valcorte, 58; e a neta, a estudante Melissa Valcorte, de apenas 14 anos. A notícia foi comemorada pela atendente Taciane Valcorte, 32, que é filha de Flavio e Carmen Lucia, mãe de Melissa e sobrinha de Leonice e Neimar. Moradora de Santa Maria, ela tentava contato com a família desde terça-feira (30).
– Estou desde terça-feira tentando contato com eles e não conseguia. Eu só sabia por moradores dali que eles estariam bem. Até o momento, eu não tinha notícias fidedignas. Então, eu comecei uma luta. A minha patroa e a família me ajudaram com os contatos das pessoas que fizeram o resgate. Entrei em contato com eles ontem (quarta) de manhã – conta.
Os pais de Taciane moram na localidade há 25 anos em uma casa de material, no alto de uma pedreira. Conforme a atendente, a equipe não teria encontrado a família no primeiro dia de buscas, que envolveu um helicóptero. No segundo dia, os bombeiros tiveram sucesso na missão. Por volta das 11h, Taciane recebeu fotos e um vídeo de Sarturi pelo WhatsApp e se emocionou ao ver que os familiares estavam bem e em um local seguro.
– Eles me prometeram e cumpriram. Disseram que hoje (quinta), às 6h, sairiam de barco e seguiriam até chegar na casa dos meus pais. Foi maravilhoso (receber a notícia), porque eu não tinha mais expectativa nenhuma. Eu não tenho palavras para dizer o quanto estou agradecida, porque pelo que sei a água já estava tomando conta da casa dos meus avós, que é próxima dos meus pais. Se não fosse eles resgatarem, não sei o que seria da minha família – afirma, emocionada.
Acompanhando o cenário e percebendo as dificuldades enfrentadas pelas equipes, Taciane faz um apelo à população que se encontra em áreas consideradas de risco:
– A mensagem que eu deixo é que não resistam, porque a chuva está cada vez pior. Eu entendo que as pessoas de fora têm essa resistência para saírem de casa, porque eles lutaram a vida inteira para ter o que tem. Mas peço que eles não pensem nas questões materiais agora, e sim na segurança deles e na família. Porque bens materiais, nós conquistamos, trabalhamos. A cidade, as pessoas, os amigos vão ajudar para recuperar tudo isso.
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