Foto Beto Albert
O sol que abriu na tarde desta terça (16) na Região Central, após dias de enxurrada, é uma esperança para agricultores de soja, arroz e milho que dependem do tempo bom para retomar a colheita. Segundo a Emater Regional, em menos de uma semana, há cidades da região em que os acumulados de chuva ultrapassaram os 230 milímetros, provocando estragos pontuais nas lavouras e atraso na colheita.
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– É um momento delicado, mas, no geral, os danos ainda são pequenos perto do que estávamos acostumados nos últimos anos, em função da estiagem – disse o gerente regional da Emater, Guilherme Passamani.
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No caso do arroz, há relatos de propriedades onde as lavouras acamaram – ou seja, as plantas de arroz deitaram por conta do excesso de chuva ou do vento.
– Com o acamamento, acaba tendo redução de produtividade e dificultando a colheita, pois o agricultor tem de colher mais devagar para evitar a perda de grãos. Além disso, há relatos de alguns rios que saíram de seu leito e alagaram as lavouras, provocando prejuízos no arroz. É difícil de estimar os prejuízos até o momento – diz ele, lembrando que 60% das lavouras na região já foram colhidas na região e que outros 35% estão prontas para colher.
Produtividade
Até a semana passada, a produtividade média do arroz estava em 160 sacas por hectare, o que é um número muito bom.
Passamani conta ainda que, no caso da soja, somente 32% dos 1,057 milhão de hectares nos 35 municípios da região já foram colhidos.
– Esse número deveria estar em 40% a 45% da área colhida se a semana tivesse tempo bom. Outros 48% das lavouras estão prontas para colher, então os próximos dias são relevantes para a nossa safra, pois precisa de clima bom para avançar a colheita – afirmou.
Nas plantações de soja, a produtividade média estava em 55 sacas por hectare até semana passada. A maior preocupação é com o risco de os grãos apodrecerem devido ao excesso de umidade, mesmo problema que pode ocorrer no milho.
A previsão do tempo é sol até domingo, o que deve permitir a retomada da colheita, assim que o solo secar e permitir a entrada de máquinas nas lavouras. Porém, o temor é de mais problema na semana que vem, quando deve ter mais um período de dias seguidos de chuva.