Gustavo Duarte

Depois dos 40...

A vida ensina, pela dor ou pelo amor, a partir das infinitas possibilidades de aprendizado que podemos vivenciar em nossa trajetória terrena, encarnada, latino-americana, brasileira. Todo dia mata-se um leão, engole-se sapos, testa-se a paciência. 


No desafio maior do crescimento, a convivência é o meio, é o fim, é o caminho para nos desenvolvermos como seres humanos. Conviver com os iguais, com os diferentes, com a família, com colegas de trabalho, vizinhos. E, ainda, temos a convivência virtual pelas redes sociais. Coragem!


Tudo é ego ou carência  

No jogo da convivência podemos usar diferentes facetas e posições de sujeito do nosso “eu”: como chefia dos colegas de trabalho, como provedores de família, como os/as mais velhos de um grupo, como negros, como LGBTs, como pessoas com deficiência. 


Tudo isso importa nas nossas relações de saberes-poderes, como diria nosso caro autor francês Michel Foucault. Amigos que não respondem às mensagens virtuais para fazer charme e passar por ocupados, parentes que mentem para não encontrar uns aos outros, irmãos que sentem inveja do sucesso do outro, amigas que não convidam outras amigas, mais bonitas, para sair pelo medo da “concorrência”, são alguns exemplos da nossa vida real. 


Tudo é válido, tudo é ser humano. Mas tudo tem um limite, ou deveria ter. Este é o nosso aprendizado diário.


Medos  

Medo de dirigir, medo de nadar, de andar de bicicleta, de falar em público, de sair sozinho/a, de viajar sozinho/a. Medo de ser rejeitado, de ser “cancelado”. Diante de infinitos medos ou receios, me parece que o medo de envelhecer sozinho/a ainda é um dos principais. 


Como se tivéssemos garantias ou certezas de alguma coisa na vida. A única certeza que temos é a finitude e o envelhecer. Juntar economias, fazer exercícios e comprar algum imóvel, também podem se configurar como boas certezas para quem conseguir.


Os novos 50...

Se tem alguma coisa que ninguém nos tira são os estudos, as experiências e a famosa maturidade. Esse é o melhor lado da vida para mim. Não precisa nem falar, só de olhar já sabemos o que pode acontecer. Atualmente, os 50 são os novos 30. Que maravilha, sou otimista. 


Se tiver gente chata, não vamos; falta de conforto e filas, nem pensar. Experiências ou desafios físicos somente dentro do nosso limite. Simples assim. Não é preciso mais dar explicações. A falta dela já é uma. 


Deliro! Antes eu esperava muito das pessoas, hoje não, me libertei. Não é frieza, é praticidade. Vida real. Cada um/a dá o que tem, ou o que pode. O não dar também é um aviso, uma resposta, uma posição.


Alma de velho

Eu já nasci velho. E fui gostando: shows no meio de multidões, nem pensar. Ficar horas em filas ou estar bebendo na calçada, em pé, jamais! 


Cada vez estou mais velho, eu vivo pra isso: filmes e séries, livros e rodas de conversa ou bate papo com amigos ou desconhecidos me encantam cada vez mais. Quando encontro outras almas velhas, meu coração bate mais forte, fico mais feliz. 


Respeitar as diferenças é fundamental, mas encontrar afinidades é como ganhar na loteria. 


FELIZ 2024, amigos/as!


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