Deni Zolin

Além de usina de celulose de R$ 24 bilhões, projeto da CMPC prevê duplicação da BR-290 até Rosário do Sul

Além de usina de celulose de R$ 24 bilhões, projeto da CMPC prevê duplicação da BR-290 até Rosário do Sul

Foto Maurício Tonetto, Divulgação

O governo do Estado e a multinacional chilena CMPC firmaram um protocolo de intenções para a instalação de uma nova indústria de produção de celulose em Barra do Ribeiro, cidade de 12,5 mil habitantes que fica às margens da Lagoa dos Patos, ao sul da cidade de Guaíba. Com aporte de R$ 24 bilhões da empresa, esse é um dos maiores investimentos privados da história do Rio Grande do Sul.


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No protocolo de intenções, a companhia e o Estado comprometem-se a realizar diversas obras de melhorias na infraestrutura do Rio Grande do Sul, como a duplicação de 376 quilômetros da BR-290, entre Eldorado do Sul e Rosário do Sul, e a finalização da duplicação do trecho sul da BR-116. Porém, não foram divulgados detalhes de como essas obras seriam feitas, já que são rodovias federais.
Atualmente, a empresa, com sede em Guaíba, recebe árvores de mais de 1 mil fazendas em 75 municípios gaúchos, incluindo São Sepé, São Gabriel e Lavras do Sul. Lá, beneficia 2,4 milhões de toneladas por ano. Com a nova fábrica, deve ampliar a atuação em boa parte do Estado e, por isso, investirá em obras rodoviárias.


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O documento para iniciar o processo de licenciamento ambiental do empreendimento foi assinado pelo governador Eduardo Leite, o presidente do Conselho das Empresas CMPC, Luis Felipe Gazitúa, e o CEO do grupo, Francisco Ruiz-Tagle. A cerimônia ocorreu ontem Palácio Piratini, com a presença de secretários de Estado, empresários e parlamentares.


Leite falou sobre a importância da construção de um ambiente favorável para a atração de investimentos.

Conforme o protocolo de intenções, a CMPC assegura que utilizará os mais altos padrões tecnológicos e adotará rigorosos mecanismos de controle ambiental. Além disso, a empresa assume o compromisso de promover um programa de qualificação de mão de obra e priorizar a contratação de fornecedores gaúchos. A expectativa é que sejam gerados aproximadamente 12 mil empregos durante as obras. Em operação, a empresa deve promover 1,5 mil vagas de trabalho diretas e indiretas e terá capacidade anual de produção de 2,5 milhões de toneladas de celulose branqueada de eucalipto. A matéria-prima é utilizada para a fabricação de diferentes tipos de papéis, embalagens e produtos higiênicos, além de estar presente em itens como alimentos, medicamentos e cosméticos.

O empreendimento faz parte do Projeto Natureza CMPC e está alicerçado em quatro eixos de desenvolvimento: silvicultura sustentável, infraestrutura logística, crescimento industrial e conservação ambiental e cultural.

– É com muito orgulho que apresentamos o Projeto Natureza CMPC e que firmamos este protocolo de intenções com o governo do RS, um Estado que tem nos acolhido tão bem desde a nossa chegada em 2009. Podemos dizer que também somos gaúchos. Essa parceria demonstra a confiança que temos no Estado e na sociedade gaúcha. A CMPC acredita no Rio Grande do Sul – destacou o presidente do Conselho de Administração da CMPC, Luis Felipe Gazitúa.


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Para que o projeto possa ser colocado em prática, a CMPC encaminhou uma solicitação de Licença Prévia junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A obtenção desta autorização habilita a empresa a realizar avaliações e estudos técnicos necessários para o andamento do projeto.
Além dos planos de duplicar a BR-290 até Rosário e concluir a duplicação da BR-116 até Pelotas, a empresa e o Estado preveem, no protocolo de intenções, várias obras de pavimentação asfáltica, melhorias em trevos de acesso a diversos municípios onde a CMPC possui operação florestal e construção de novos acessos rodoviários para o Porto de Pelotas.

O documento estabelece, ainda, o acordo para instalação de um novo Terminal de Uso Privado no Porto de Rio Grande, bem como obras de dragagem e de ampliação da capacidade de armazenagem e operação da CMPC nos portos de Rio Grande e Pelotas. Dessa forma, o projeto contribui com a ampliação do uso da hidrovia do Rio Grande do Sul, sendo que hoje a CMPC já é responsável por aproximadamente 44% do volume total transportado por esse modal.


A escolha por Barra do Ribeiro


O município de Barra do Ribeiro, localizado a 60 quilômetros ao sul de Porto Alegre, foi o escolhido para receber a nova unidade da multinacional chilena. Com 12,5 mil habitantes, a cidade é a sede da Fazenda Barba Negra. Atualmente, o horto Barba Negra abriga o viveiro de mudas da companhia e um centro de pesquisas de aprimoramento genético do eucalipto, além de promover estudos sobre a fauna e flora da região.

- Nosso intuito é implementar um projeto completamente inovador e pioneiro em tecnologias de produção amigáveis ao meio ambiente, em gestão de resíduos, controle da emissão de gases e uso racional de recursos. Tudo será desenvolvido com o máximo respeito à natureza e à população do município de Barra do Ribeiro. Seremos referência mundial em sustentabilidade - explicou o CEO do Grupo CMPC, Francisco Ruiz-Tagle.


Criação de parque ecológico


Composto por quatro eixos de desenvolvimento, o Projeto Natureza CMPC contempla, primeiramente, o estímulo à silvicultura produtiva e a ampliação das áreas de plantio de eucalipto, por meio do fomento a produtores rurais. O projeto busca proteger e valorizar a reserva natural a partir da criação do Parque Ecológico Barba Negra. O espaço ficará aberto para visitação e realização de roteiros turísticos. O objetivo é tornar o local uma referência em preservação, biodiversidade e estudos ambientais, além de promover o contato das pessoas com a flora e a fauna nativas de maior relevância para o Estado.


Sobre a CMPC

A empresa atua desde 2009 no Rio Grande do Sul, na cidade de Guaíba, com uma planta de produção de celulose, também do tipo kraft branqueada de fibra curta, proveniente de plantios de eucalipto. Atualmente, essa unidade tem capacidade de produção de aproximadamente 2,4 milhões de toneladas por ano. A multinacional tem atuação portuária em Rio Grande e Pelotas e está presente em 75 municípios, com 1 mil fazendas distribuídas no Estado.

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