Organização criminosa que atuava com tráfico de drogas e agiotagem é presa pela Polícia Civil

A Polícia Civil, através da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, iniciou na manhã desta terça-feira (9) a Operação Paranhos, visando desarticular um grupo de criminosos envolvidos com o tráfico de entorpecentes na região de Canoas. No total, foram realizadas 102 ações judiciais, incluindo 28 prisões preventivas, 44 mandados de busca e apreensão, e 30 bloqueios de contas bancárias de membros desse grupo. Os mandados de prisão e busca foram executados em várias cidades do RS, incluindo Canoas, Portão, São Sepé, Estância Velha, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Viamão, com a participação e contou com a presença de 250 policiais civis. Até o momento, 22 suspeitos foram presos.

O Desenvolvimento das Investigações

De acordo com o Delegado Marco Guns, a investigação durou oito meses e começou com um estudo mais aprofundado sobre a fonte de financiamento de grupos previamente acusados pela polícia por extorsão e agiotagem. Ao longo de 2023, três etapas dessa operação, chamada de Extorsor, foram realizadas, resultando na detenção de 20 criminosos, entre prisões em flagrante e preventivas.

 - Foi descoberto o envolvimento de uma organização criminosa do Rio Grande do Sul, que atuava como fornecedora de recursos humanos (criminosos com histórico criminal, empregados para perpetrar violência), logística e capital, todos provenientes do tráfico de drogas.

Durante um dos mandados de prisão e busca, executado na segunda fase da operação Extorsor, foram apreendidos celulares em um apartamento de luxo na cidade de Novo Hamburgo, mais especificamente em um duplex com piscina, adquirido há poucas semanas por um valor superior a R$ 1 milhão.

A Ação Atual

Após oito meses de investigação, a equipe coletou e analisou judicialmente mais de 70 mil documentos, incluindo extratos bancários, fotos, vídeos, áudios e outros dados digitais, confirmando a existência de uma associação de 30 criminosos envolvidos no tráfico de drogas, principalmente na cidade de Canoas, especialmente no Bairro Rio Branco.

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Conforme o Delegado Marco Guns, a associação investigada pela Polícia Civil movimentou cerca de R$3 milhões entre março e julho de 2023, através da compra e venda de mais de 100 quilos de cocaína e crack, comercializados principalmente no Bairro Rio Branco, em Canoas.

Entre as evidências coletadas durante a investigação, há provas de que membros do grupo criminoso apoiavam financeiramente agiotas ativos na cidade de Canoas. Isso confirma que pessoas endividadas, principalmente após a pandemia, recorriam, muitas vezes sem saber, a traficantes de drogas para obter crédito, o que resultava em cobranças violentas em caso de atraso.

A ação também contou com o apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) para o cumprimento de mandados em três prisões, de onde também partiam ordens do crime, além do apoio do Deic e DHPP.

O diretor da Delegacia Regional de Canoas, Delegado Cristiano Reschke, ressaltou um aspecto crucial do cenário criminal investigado.

- As investigações demonstram que a associação entre traficantes e agiotas resulta não apenas em violência e taxas de juros abusivas, mas também em uma forma persistente de opressão psicológica sobre as vítimas. Pessoas ligadas ao tráfico exercem essa pressão ao cobrar dívidas com o uso de armas de fogo e crueldade nas ameaças, afirmou Reschke.