Deni Zolin

O que dizem os sindicatos de professores e técnicos da UFSM sobre a nova proposta do governo Lula

O que dizem os sindicatos de professores e técnicos da UFSM sobre a nova proposta do governo Lula

A nova proposta do governo Lula para os servidores federais, apresentada em reunião na quarta, não foi bem recebida pelos sindicatos de servidores técnico-administrativos em educação e dos professores da UFSM. 


+ Entre no canal do Diário no WhatsApp e confira as principais notícias do dia

Nesta quinta-feira (11), em entrevista à Rádio CDN, coordenadores das duas entidades afirmaram que um aumento somente de auxílios não é suficiente. Portanto, os técnicos da UFSM afirmam que seguirão em greve, e os professores, em estado de greve, que prevê a paralisação durante um dia a cada semana. Nos demais dias, haverá aulas normalmente. Na semana que vem, a paralisação dos docentes será na terça, e nas semanas seguintes, vai alternando de dia para que os alunos não percam aulas sempre das mesmas disciplinas.

 
No caso dos servidores técnico-administrativos, a greve começou no dia 14 de março e está prestes a completar um mês. Além das bibliotecas fechadas, pode haver prejuízo em algumas aulas e atividades em laboratórios que dependem de servidores para preparar materiais ou equipamentos. Na assistência estudantil, há lentidão para aprovar benefícios, como direito a moradia e a alimentação no Restaurante Universitário. No Hospital Universitário, segundo a Assufsm, dois blocos cirúrgicos foram fechados e há redução das consultas ambulatoriais por conta da diminuição no quadro de funcionários. O Diário pediu detalhes ao Husm, que não deu retorno ainda.

 
Segundo uma das coordenadoras da Associação dos Servidores da UFSM (Assufsm), Alessandra Alfaro Bastos, a categoria não voltará ao trabalho após essa nova proposta do governo.

- Sim, continua a greve, pois não há, desde o ano passado, em mais de seis meses de negociação específica com o governo federal, nenhuma proposta de orçamento para reestruturação da nossa carreira, enquanto outras carreiras, as negociações começaram depois e há houve acordo com o governo - afirmou.

 
Segundo ela, mesmo com o reajuste, os benefícios ainda terão valores baixos.
- Na verdade, essa proposta do governo federal é apenas dos benefícios, e os benefícios, já tinha acordo. Ninguém vai estar rasgando dinheiro, como a gente diz aqui no comando de greve. É óbvio que a gente vai aceitar o aumento desses benefícios, apesar de ser em patamares bem inferiores do que já existe hoje no Legislativo e no Judiciário, que ficam entre R$ 1,2 mil e R$ 1,4 mil, e hoje nosso auxílio-alimentação não dá para nada. Quanto ao ressarcimento de saúde, de 50% de reajuste é um valor irrisório para cada um, pois é por faixa etária e pelo valor do salário. No meu caso, não vai ter um reajuste de nem R$ 50, e isso que sou uma pessoa com 41 anos e não tenho necessidade grande de buscar auxílio médico, mas o valor reajustado será muito menor do que o valor que vai aumentar o meu plano de saúde este ano, com certeza. No ano passado, foi mais de R$ 100. O auxílio-creche, vai para mais de 400, mas no Judiciário, passa de R$ 1 mil - disse.


Das 67 universidades federais, 19 confirmam greve de professores


Já a vice-presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFSM (Sedufsm), Márcia Morschbacher, diz que há um aumento da insatisfação dos professores das universidades quanto ao processo de negociação salarial.


- Essa proposta não foi recebida de forma positiva, pois a principal pauta, que é a reposição salarial, o governo manteve a sua proposta inicial de nenhum percentual de reposição para 2024, de só 4,5% para 2025 e 4,5% para 2026. Ainda que permaneça a proposta para os auxílios, esses auxílios não atingem, na sua totalidade, os servidores e servidoras aposentados. Então, nesse sentido, nós ainda vemos com preocupação essa proposta do governo. Não atende o que nossa categoria docente espera. Zero por cento para 2024 não é uma proposta aceitável. Todos esses percentuais, que temos pedido, são para repor as perdas. Pedimos 7,6% para 2024, e o mesmo percentual para 2025 e 2026, junto com a equiparação dos valores dos auxílios em relação às demais categorias de servidores públicos, pois temos uma grande diferença quanto a esses valores - afirma ela, lembra que, na próxima terça, haverá um dia de paralisação dos professores e assembleia, às 13h30min, no Auditório Sérgio Pires, no prédio 17, e nos demais campi da UFSM.

O que propôs o governo

  • Reajuste salarial zero em 2024, alta de 4,5% em 2025, e de 4,5% em 2026
  • Auxílio-alimentação, a partir do mês que vem, passaria de R$ 658 para R$ 1 mil
  • O auxílio-saúde subiria de R$ 144 para R$ 215 (por dependente)
  • O auxílio-creche aumentaria de R$ 321 para R$ 484,90

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

imagem Deni Zolin

POR

Deni Zolin

[email protected]

Em 10 anos, total de restaurantes em Santa Maria cresceu 69% Anterior

Em 10 anos, total de restaurantes em Santa Maria cresceu 69%

Das 67 universidades federais, 19 confirmam greve de professores Próximo

Das 67 universidades federais, 19 confirmam greve de professores

Deni Zolin