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OUÇA: deficiente morreu por negligência de cuidadores em Paraíso do Sul, conclui polícia

João Pedro Lamas

A Polícia Civil indiciou um casal de cuidadores por "homicídio por omissão" no caso de uma jovem de 22 anos, deficiente intelectual, que morreu em setembro deste ano em Paraíso do Sul.

A suspeita inicial era de que ela tinha morrido em consequência de agressões físicas. No entanto, apesar de a polícia ter confirmado que ela sofria maus-tratos, a causa da morte, conforme apontou laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), foi uma infecção em decorrência de uma doença não-tratada.

Deficiente morreu vítima de maus-tratos em Paraíso do Sul, suspeita polícia

- Nós confirmamos que eles sabiam do problema pelo menos desde às 18h do dia em que procuraram atendimento médico, mas só buscaram esse socorro às 23h. Foram pelo menos cinco horas. A região abdominal dela estava bastante roxa, e ela tinha lesões em outras partes do corpo, e foi por isso que os médicos suspeitaram de maus-tratos e chamaram a polícia - conta o delegado João Gabriel Parmeggiani Pes, responsável pela investigação.

Na época, a Polícia Civil foi acionada depois que um médico não quis dar a entrada da vítima no Hospital Vila Paraíso. Segundo relato informal dele aos policiais, ele suspeitou dos ferimentos que viu no corpo dela, razão pela qual chamou a Polícia Civil. Os cuidadores é que estavam com a vítima e levaram ela ao hospital.

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- Eles deixaram de fornecer assistência médica, que era a obrigação deles (dos cuidadores). Falharam - conclui Pes.

Enfim admitida no hospital, a vítima começou a receber tratamento, mas acabou morrendo. A Polícia Civil foi notificada da morte na madrugada do dia seguinte. A Polícia Civil sinaliza que já havia chegado aos seus ouvidos denúncias de violência contra a vítima.

Ouça:

A VÍTIMA

A vítima, que não teve a identidade informada à reportagem porque isso poderia expô-la bem como a sua família, além de isso atrapalhar a investigação policial, residia sozinha em Boa Vista, interior de Paraíso do Sul. Os cuidadores que estavam responsáveis por ela eram mantidos pelo Estado.

A Polícia Civil entrou em contato com parentes dela, que residem em outra cidade, e não obtiveram retorno. Contudo, um cunhado da jovem informou ao Diário que ela era órfã de pai e mãe, e os parentes que residem em Manoel Viana não teriam condições de cuidá-la. Uma tia da vítima, que reside na cidade, contratou advogado para acompanhar as investigações. A jovem foi sepultada em Manoel Viana.

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