busca ativa

VÍDEO: após morte de homem com leishmaniose, prefeitura inicia inquérito sorológico

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Foto: João Vilnei (Prefeitura de Santa Maria)

Depois do registro da morte de um paciente com leishmaniose visceral no mês de abril, a Vigilância em Saúde de Santa Maria deu início a um inquérito sorológico canino. O objetivo é realizar uma busca ativa, com testagem de animais, no Bairro Divina Providência, na Região Norte, onde a vítima, de 58 anos, que estava em situação de rua, costumava transitar. Em seres humanos, pela primeira vez na história, foram registrados dois casos de leishmaniose visceral em 2021, sendo um deles um óbito.


A previsão, segundo a prefeitura, é de que o inquérito dure cerca de três semanas. O objetivo é identificar animais infectados com a doença. Serão aproximadamente 45 residências visitadas com a realização de coletas em 142 cachorros. A coleta das amostras para os testes rápidos ocorrerão às terças e quartas-feiras à tarde e, caso apontarem resultado positivo, serão enviadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS), em Porto Alegre, para uma segunda confirmação. As residências envolvidas no inquérito já estão pré-determinadas e estão em um raio de 150 metros de onde morava um homem que morreu.

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De acordo com o médico veterinário Carlos Flavio Barbosa da Silva, da prefeitura, a partir de agora, um aplicativo desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com o Executivo municipal, passará a ser testado em trabalho de campo. Inicialmente, o aplicativo vai ser utilizado entre médicos veterinários de Santa Maria para agilizar o registro de notificações de leishmaniose visceral.

A leishmaniose é transmitida pela picada de um inseto conhecido como mosquito-palha e atinge principalmente cães, mas o inseto também pode picar humanos. A doença não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra, nem dos cães para os humanos.


OUTRO CASO
Neste ano, em janeiro, já foi realizado um inquérito sorológico canino, no Bairro Nossa Senhora Medianeira, com 72 cães. As análises foram realizadas pelo Lacen, e cinco cães deram positivos para a doença. Esse inquérito foi feito porque um morador do bairro, de 20 anos, também teve o diagnóstico da doença. Ele foi internado em um hospital da cidade, posteriormente foi transferido para Porto Alegre e se recuperou depois de receber o tratamento para leishmaniose, disponibilizada na rede pública de saúde. 

Já em animais, em 2021, a prefeitura realizou 107 coletas para testes de leishmaniose em 44 residências, das quais 10 tiveram resultado positivo, e 92, negativo. Neste momento, cinco amostras coletadas estão do Lacen-RS e aguardam uma segunda confirmação para ser contabilizadas definitivamente como reagentes.

ÚNICOS CASOS DO ESTADO
Os dois casos de leishmaniose visceral em humanos registrados em Santa Maria são os únicos confirmados no Rio Grande do Sul em 2021. As informações são da Secretaria Estadual da Saúde (SES). De acordo com a pasta, desde 2008, foram 43 casos autóctones de leishmaniose em humanos em todo o Estado. Ano passado, foram sete. Além de Santa Maria, os municípios gaúchos que já tiveram a confirmação da doença em humanos, em anos anteriores, foram São Borja, Uruguaiana, Porto Alegre, Itaqui e Viamão.

COMO É A TRANSMISSÃO

  • Ocorre tanto em animais quanto em humanos
  • A transmissão acontece por meio da picada de insetos conhecidos popularmente como mosquito-palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Esses insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados e, depois, picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da leishmaniose visceral.

SINTOMAS

Em humanos

  • Febre por mais de duas semanas
  • Palidez, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia e aumento do baço e do fígado também são sintomas comuns

Nos animais

  • Crescimento abrupto das unhas
  • Perda de pelo
  • Emagrecimento rápido
  • Inchaço das patas
  • Feridas (úlceras) nas orelhas, em volta dos olhos e na região da boca

PREVENÇÃO

  • Limpeza periódica dos quintais e retirada de matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem)
  • Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos
  • Limpeza dos abrigos de animais
  • Para os moradores das regiões com risco de transmissão, recomenda-se a colocação de telas em janelas e portas da residência, para evitar a entrada de mosquitos na casa
  • Usar repelente, principalmente ao anoitecer e ao amanhecer, horário em que o mosquito-palha costuma voar
  • Para os animais, recomenda-se o uso de coleiras contra a leishmaniose (varia de R$ 60 a R$ 300, dependendo da marca e do tempo de duração, e tem de 80% a 85% de eficácia) e também a castração das fêmeas, já que o animal infectado transmite para o filhote a doença pelo sangue

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