O futuro do plano de saúde dos servidores do Estado e de algumas prefeituras foi debatido por representantes de hospitais e a diretoria executiva do IPE Saúde em uma reunião na manhã desta quinta-feira. Na última quinta-feira, 40 hospitais notificaram a autarquia sobre rescindir contrato. O possível rompimento é motivado pelos pagamentos que, segundo as instituições de saúde, estão defesados. A reunião foi concluída com o acordo que, até 20 de abril, uma equipe técnica com representantes desses hospitais e da autarquia vai apresentar um plano de reequilíbrio econômico-financeiro. Um desses hospitais é o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, que atende cerca de 200 pacientes por dia pelo plano.
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PROPOSTA
O plano de reestruturação do IPE Saúde prevê a reavaliação de processos internos, reformulação da auditoria, reforço do quadro de pessoal, ciência de dados, tecnologia e mudanças na matriz de despesas e melhoria das fontes de financiamento. Entre as ações em andamento, está a alteração da tabela própria de remuneração por medicamentos (os hospitais pedem reajuste em valores da tabela atual), além das revisões de tabelas de referências de pagamentos por taxas oncológicas, diárias e honorários médicos. O presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene, que tomou posse no cargo na quarta-feira, falou nas negociações:
-Estamos atuando em uma ampla revisão da despesa do Instituto, de modo a buscar sempre as melhores práticas do mercado e custos justos junto aos prestadores. A partir destes estudos, aliados à avaliação das fontes de financiamento, vamos identificar alternativas para o reequilíbrio e para uma efetiva regularização do passivo financeiro.
A Federação das Santas Casas do Rio Grande do Sul e a Fehosul, representados por Oswaldo Luis Balparda e Everton Luiz Meyer Morais também participaram do encontro.
SANTA MARIA
Entre os 40 hospitais do Rio Grande do Sul que ameaçam rescindir o contrato com o IPE na última quinta-feira, está o Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, de Santa Maria. Só no hospital, a dívida ultrapassa R$ 40 milhões. Ao Diário, a diretora executiva da instituição de saúde, Angela Maria Perin, falou sobre a expectativa para essa etapa:
-Nós, assim como todos os outros hospitais, comunicamos a situação ao IPE e realmente esperamos que haja uma solução favorável tanto para o IPE quanto para os hospitais para que continuemos atendendo.
Ao relatar que o problema vai além das dividas, Angela avalia o novo passo dado:
-São várias questões. Tabelas de materiais desatualizadas de muitos anos, materiais novos que vem surgindo no mercado e que não são incluidos nas tabelas. Então, eu acho que isso é o inicio de uma parceria grande, que precisa existir entre as federações dos hospitais junto com o IPE.
ESTADO
De cerca de R$ 1,1 bilhão, contabilizado pelas instituições hospitalares como dívida, destaca-se que um montante de quase R$ 500 milhões está dentro do prazo contratual de 60 dias. Segundo a nota emitida pelo IPE Saúde, o governo do Estado encontra-se em dia com os pagamentos devidos à autarquia e a atual gestão tem honrado com as 12 parcelas anuais desde o ano de 2019, sendo que, desde novembro de 2021, o valor devido é quitado na data prevista, conforme estabelecido em lei (até o dia 15 do mês subsequente). Além da regularização do fluxo de caixa, também foram realizados pagamentos de quatro cotas patronais atrasadas de governos anteriores (cerca de R$ 200 milhões).
*com informações da assessoria de comunicação do IPE Saúde