coronavírus

Estudo nacional indica que número de infectados pode ser sete vezes maior em municípios da pesquisa

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Foto: Renan Mattos (Diário)

O estudo inédito da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que ajuda a monitorar o avanço da Covid-19 no Rio Grande do Sul, também foi expandido para outras cidades do Brasil. Os resultados da primeira fase da pesquisa, encomendada pelo Ministério da Saúde e realizada entre os dias 14 e 21 de maio, foram divulgados na segunda-feira. O número de infectados pelo coronavírus nas cidades que fazem parte do estudo deve ser cerca de sete vezes maior do que o registrado nas estatísticas oficiais, segundo o resultado da etapa inicial. 

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A PESQUISA
Foram coletados dados em 133 cidades espalhadas por todos os estados do Brasil, em um total de 25.025 entrevistas e testes para o coronavírus. Em 90 cidades, incluindo 21 das 27 capitais, foi possível testar pelo menos 200 pessoas selecionadas por sorteio. Santa Maria foi uma das cidades participantes da pesquisa. Apesar de usar o mesmo método do trabalho feito por um grupo da UFSM, os dados da pesquisa nacional são feitos por pesquisadores do Ibope e os resultados são analisados separadamente. No município, conforme os dados divulgados, nenhuma das 250 pessoas testadas para a pesquisa teve o resultado positivo. O Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) é contratado para fazer a aplicação dos testes. 

A proporção de pessoas com anticorpos nos locais visitados, que significa que já tiveram ou têm o coronavírus, foi estimada em 1,4%, podendo variar de 1,3% a 1,6% pela margem de erro da pesquisa. Essas 90 cidades correspondem a 25,6% da população nacional, totalizando 54,2 milhões de pessoas, entre as quais 760 mil (margem de erro de 705 a 867 mil) estariam infectadas. 

A comparação dos números estimados pela pesquisa e os números oficiais aponta para uma grande subestimativa do número de infectados pelo coronavírus. No dia 13 de maio, véspera do início da pesquisa, essas 90 cidades somadas contabilizavam 104.782 casos confirmados e 7.640 mortes.

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Os resultados dessas 90 cidades não devem ser extrapolados para todo o país, nem usados para estimar o número absoluto de casos no Brasil, pois são cidades populosas, com circulação intensa de pessoas e que concentram serviços de saúde. Os pesquisadores salientam que a dinâmica da pandemia, portanto, pode ser distinta da observada em cidades pequenas ou em áreas rurais. Mesmo com esses cuidados, a equipe científica da pesquisa comenta que a contagem de casos de infecção por coronavírus no Brasil agora deve ser feita em milhões, e não mais em milhares.

A diferença por regiões do Brasil é marcante. As 15 cidades com maiores prevalências incluem 11 da Região Norte, 2 do Nordeste (Fortaleza e Recife) e 2 do Sudeste (Rio de Janeiro e São Paulo). Na Região Sul, apenas Florianópolis apresentou prevalência superior a 0,5%, e na Região Centro- Oeste, a pesquisa não encontrou nenhum caso positivo nas 9 cidades estudadas, embora já existam casos e óbitos notificados.

Os dados também estimam que o Rio Grande do Sul seja um dos estados onde as pessoas mais cumpram o distanciamento social, com 67% da população seguindo as medidas.

As próximas fases estão previstas para ocorrerem em 28 e 29 de maio e 11 e 12 de junho.

AGRESSÕES
O trabalho de campo, feito por profissionais do Ibope, foi hostilizado em diversas partes do país. Em algumas cidades, como Mossoró, no Rio Grande do Norte, os entrevistadores relataram que chegaram a ser agredidos na rua. Já em Santarém, no Pará, as equipes foram detidas pela polícia e tiveram os testes rápidos apreendidos. No Rio Grande do Sul, não houve nenhuma ocorrência. A previsão é que o estudo ocorra em três fases com intervalos de 15 dias.

ESTUDO NO RS
Antes do início da pesquisa nacional, um outro estudo já era realizado no Estado desde abril. Foram quatro etapas desenvolvidas em nove cidades do RS, inclusive Santa Maria, onde foram aplicados, no total, 2 mil testes rápidos em cada cidade. A última etapa ocorreu no final de semana e os resultados devem ser divulgados nesta quarta-feira. 

Em Santa Maria, voluntários da área de saúde da UFSM aplicam os testes nesta pesquisa. Apesar de terem a mesma metodologia e objetivos, os estudos do RS e do Brasil não têm relação. 

De acordo com os resultados da terceira etapa, divulgados em 13 de maio, a projeção aponta que o Estado tinha, naquela semana, cerca de 25 mil pessoas infectadas e que para cada caso notificado existem outras 9 pessoas com a doença que não realizarem nenhum teste, o que representa que o número real de pessoas infectadas chega a ser nove vezes maior do que os casos registrados. Em Santa Maria, nenhum dos 500 participantes testou positivo para coronavírus.

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