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Apesar de flexibilizações, especialista defende manutenção dos protocolos contra a Covid-19

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Foto: Reprodução (Diário)/
Médico infectologista Alexandre Schwarzbold participou do programa Análise, na CDN, na manhã deste sábado

Neste sábado, entraram em vigor as novas regras sanitárias de prevenção à Covid-19 divulgadas pelo Estado na última quarta-feira. Em Santa Maria, ainda segue a obrigação de exigência de comprovante vacinal em uma série de atividades, já que a cidade ainda não alcançou 90% da população adulta com o esquema vacinal completo (duas doses ou dose única). O médico infectologista do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) Alexandre Schwarzbold, participou do programa Análise, na manhã deste sábado, na Rádio CDN, e avaliou as mudanças.

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Para ele, a tendência de flexibilização nos protocolos é um movimento natural da pandemia, mas é preciso ter atenção com as mudanças mais abruptas:

- É importante que a população tenha uma tradução adequada, porque o entendimento imediato essas medidas é que acabou a pandemia, e de que nós, vacinados, estamos todos protegidos e, portanto, em locais fechados, sem restrição de lotação, a gente não vai mais ter problema. No entanto, a Europa tem nos mostrado que isso não está acontecendo. É verdade que os outros países já estão perdendo para o Brasil em termos de cobertura vacinal, mas o nosso Estado e nosso país não têm 100% de cobertura, nem mesmo 90% da população com duas doses. E esse tempo de demora para vacinar esses grupos faz com que tenhamos o vírus circulando ainda.

Quase 15% da população adulta de Santa Maria ainda não tomou nenhuma dose contra a Covid-19

Conforme o médico, mesmo que o cenário atual da pandemia aponte para um momento de melhora em relação ao ano passado, os cuidados devem ser coletados pela população, em conjunto com o avanço da imunização.

- Eu acho, sobretudo, que em algumas condições de ambientes fechados, vamos ter que ter um cuidado maior. Os protocolos ainda deveriam ser rígidos, mas acho natural que em espaços abertos a gente tenda a ter uma vida normal. Eu acho que o Brasil faz um movimento muito positivo, do ponto de vista de vacinação. Recuperamos o tempo perdido no início, e temos até superado alguns países que tiveram acesso à vacina antes mesmo de nós. Mas é importante que as pessoas vejam que não basta tomar uma única injeção e achar que esteja protegido. O resultado disso temos visto nos hospitais, com fechamento e esvaziamento de leitos. Mas é preciso que a imunização em massa ande junto com as medidas de proteção. Nesse sentido, me preocupa um pouco os próximos meses, em que teremos períodos de festa, de aglomeração, se a gente não tiver uma população completamente imunizada e se precavendo - disse. 

MÁSCARAS E DOSE REFORÇO
Em relação ao uso de máscaras, Schwarzbold destacou que os protocolos e medidas de proteção adotados pelos governos é fruto de embasamento científico e aplicável com o Estado. Segundo ele, o uso do equipamento de proteção individual reduz em até 50% o risco de transmissão do coronavírus.

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- Nos espaços abertos, temos liberdade maior de ficar sem a máscara, mas é importante as pessoas lembrarem que quando estamos em espaços ao ar livre, isso não quer dizer aglomeração com pessoas desconhecidas, de fora do seu cotidiano. Em parques, jardins, restaurantes abertos, se tivermos contato muito próximo com pessoas sem máscara, é a mesma coisa se estivesse em locais fechados. Nós temos evidência de que a máscara protege mais de 50% da transmissão. Mais até do que o distanciamento físico, que é 25%. Se juntarmos as estratégias, que é o distanciamento físico entre as pessoas que não são do mesmo convívio, e o uso de máscara, protegemos as pessoas mesmo em situações mais complicadas. Ao ar livre podemos abrir mão de máscara se estamos sozinho, ou com pessoas do nosso convívio. Agora, pessoas estranhas, que a gente não sabe se é completamente vacinada ou se é potencialmente transmissora, pode ser um problema - destacou. 

 Já sobre a dose reforço, o médico afirmou que ainda há dúvidas sobre a exigência de uma vacina sazonal, pois os estudos a respeito da eficácia da terceira dose ainda estão em andamento. Mas a tendência é que no próximo ano, ao ter uma resposta em relação à análise da proteção da proteção da vacina no organismo, alguma definição sobre o assunto:

- É possível que o vírus tenha um comportamento que nos permita apenas essa dose de reforço, mas depende muito do comportamento desse vírus, então ainda não temos essa certeza. Podemos ter, ainda, casos graves, mas é importante dizer que nesta epidemia não teremos nada na dimensão que vivemos, a imunização nos traz um alento. Mas as pessoas muito suscetíveis, diante de uma nova variante, podem ter um caso grave, mas vai ser um número muito menor de pessoas.

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