data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: arquivo pessoal
A Delegacia de São Pedro do Sul deve encaminhar à Justiça, nos próximos dias, o indiciamento e o pedido de prisão preventiva de dois jovens, 25 e 26 anos, suspeitos de matar a transexual Selena Peixoto. O crime aconteceu na tarde de 1º de janeiro, na frente da casa da vítima, na localidade de Sarandi zona rural do município.
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Conforme a delegada responsável pelo caso, Alessandra Padula, o crime teria sido motivado por uma dívida de R$ 600 contraída com a venda de um cavalo de Selena para um dos suspeitos. Os dois devem ser indiciados por homicídio duplamente qualificado por uso de meio que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima e por motivo fútil.
Os jovens tiveram a prisão temporária decretada em 20 de janeiro, quando foram encontrados em uma residência na zona norte de Santa Maria. Como a prisão temporária tem prazo de 30 dias, eles seguem na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). Junto ao encaminhamento do indiciamento ao Poder Judiciário, a delegada entrou com pedido de prisão preventiva - sem prazo determinado - dos dois investigados.
Conforme a investigação, o companheiro da vítima não tem envolvimento com o caso. Na primeira versão, ele chegou a declarar que Selena teve um derrame, mas frente aos disparos encontrados no corpo dela, admitiu que um carro parou em frente da casa e disparou contra a mulher. A investigação da morte de Selena não relacionou o crime com motivações religiosas ou de gênero.
O CASO
Agentes da Brigada Militar (BM) foram chamados na Unidade de Saúde Ruben Noal, no Bairro Tancredo Neves, onde a vítima havia entrado no começo da noite de 1º de janeiro, após a constatação de ferimentos de balas nas costas. O companheiro da vítima contou que os dois estavam em casa, e um carro parou em frente à residência. Selena foi chamada pelo nome e saiu de casa. O homem ouviu os disparos e encontrou-a ferida. Ele e policiais militares levaram a vítima até o Pronto-Atendimento.
Selena foi a quarta mulher trans vítima de homicídio na região em um período de quatro meses. Em setembro, duas transsexuais foram assassinadas em Santa Maria. No mesmo local de um dos crimes, em dezembro, Verônica Oliveira também foi morta. Além disso, em 21 de janeiro, no Bairro Chácara das Flores, Morgana Claúdia Ribeiro, de 37 anos, foi encontrada morta na própria residência. Um homem foi preso preventivamente pelo crime.