Foto: Polícia Civil
A operação que resultou na apreensão de 202 quilos de maconha em Condor, na manhã desta segunda-feira (22), foi planejada a partir de uma investigação que identificou a rota usada para abastecer o tráfico em Santa Maria. O delegado André Sesti Diefenbach, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), detalhou a ação em entrevista ao programa Bom Dia Cidade, da Rádio CDN.
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Segundo o delegado, um Peugeot com placas da Argentina era monitorado por fazer viagens frequentes ao Noroeste do Estado, transportando drogas para serem repassadas a traficantes locais.
– Aguardamos que ele viajasse e, no retorno, efetuamos a abordagem em Condor, quando pararam em um posto de gasolina. Ali tivemos a oportunidade sem riscos de perseguição na estrada – explicou.
No veículo, conduzido por um argentino de 35 anos, foram encontrados 254 tijolos de maconha em fundos falsos. Já uma Toyota Fielder, com placas do Paraguai, atuava como batedora, ocupada por um homem e uma mulher paraguaios, de 42 e 37 anos.
– O motorista trazia a droga e o casal era contratado para ir à frente, checando postos da polícia rodoviária e alertando sobre barreiras – detalhou Diefenbach.
Além da droga, também foram apreendidos valores em reais, dólares e guaranis. Os estrangeiros foram apresentados no plantão da Polícia Civil em Panambi, e a investigação segue.
– Agora temos 30 dias para concluir o flagrante, mas a apuração geral sobre a origem e o destino da droga continua em andamento – afirmou o delegado.
Diefenbach destacou que Santa Maria é um ponto estratégico no esquema de tráfico.
– É uma rota de passagem e também tem um mercado consumidor destacado, sobretudo entre os jovens. A maconha vem de fronteiras como Uruguai e Argentina, e muitas vezes chega na forma de skunk, que pode ter preço equivalente ao da cocaína – disse.
Segundo o delegado, o tráfico não apenas abastece o consumo, mas sustenta organizações criminosas.
– Para se ter ideia, no ponto de origem, essa carga custou em torno de R$ 150 mil. Aqui, seria revendida por cerca de R$ 300 mil. É um lucro de aproximadamente R$ 150 mil em apenas uma viagem – avaliou.
– É uma atividade altamente lucrativa, que impacta diretamente a segurança pública. Nosso trabalho é combater diariamente essa prática e reduzir os danos que o entorpecente causa à comunidade – concluiu Diefenbach.