Meio ambiente

VÍDEO: Mantenedouro São Braz, de Santa Maria, completou 20 anos

Silvana de Castro

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Em 1996, eram apenas aves canoras, ou sejam, que possuem um canto harmonioso. Hoje, cerca de 400 animais de 128 espécies estão abrigados no Mantenedouro São Braz, no distrito de Boca do Monte, em Santa Maria. Com 20 anos completados nesta terça-feira do registro junto à Divisão de Vida Selvagem do Ibama, o Mantenedouro é um dos maiores criadouros conservacionista do Rio Grande do Sul, o primeiro em número de espécies. É um dos lugares no Estado que abriga animais vítimas de maus-tratos e do tráfico. O propósito é recuperá-los e devolvê-los à natureza. No entanto, em razão de sequelas físicas e da humanização sofridas, nem todos têm condições de retornar ao habitat natural.

O responsável pelo lugar, Santos de Jesus Braz da Silva, 52 anos, acredita que sua missão na terra é cuidar dos animais. Mas, na verdade, não gosta de vê-los aprisionados. Nem quer transformar o local em zoológico. As visitas são somente de escolas, guiadas e agendadas, com fins didáticos.

– Os animais não são artistas para serem aplaudidos – ressalta o homem que, na infância, era exímio caçador de passarinhos, mas que, ainda criança, decidiu parar ao tirar a mãe de dois filhotes.



O maior desafio de Braz é conseguir padrinhos para os bichos, ou seja, pessoas ou empresas que custeiem as despesas. Desde 2006, o sistema de adoção ajuda-o principalmente com a alimentação das espécies. Dos 80 recintos, 58 têm padrinhos atualmente.

– Com a crise econômica, perdemos empresas, que fecharam as portas. Perdemos nos últimos meses seis padrinhos em função da situação econômica _ conta Braz.

O proprietário espera mais apoio também do poder público. Outra ajuda que recebe é a doação de carnes apreendidas pela Vigilância Sanitária. O Mantenedouro ganhou ainda o dinheiro da condenação de um homem que quebrava mandíbulas de cães. Os mais de R$ 8 mil foram usados para trocar todos os comedouros e as mesas da enfermaria. Com R$ 14.600 repassados pelo Ministério Público Federal e Justiça Federal, a cozinha dos animais pôde ser restaurada.

O Mantenedouro, antes chamado de Criadouro, sobrevive ainda da boa vontade e do trabalho voluntário. A atual área, de 32 hectares, onde o São Braz está há 14 anos, foi cedida pelo empresário Ari Glock. Médicos veterinários voluntários auxiliam-no. E a Universidade Federal de Santa Maria contribui também com os exames patológicos.
Quem quiser colaborar, pode contatar Braz pelos telefones (55) 9967-7707.

Conheça alguns dos animais

Arara-Canindé



Lola é a mais antiga moradora do Mantenedouro São Braz. Chegou em 1997, vinda de um colégio em Santa Maria. Essa espécie pode viver 80 anos. Braz estima que Lola tenha cerca de 40 anos. Lola já estava acostumada com os humanos quando veio para o Mantenedouro. Ela chama Braz de "papai" e repete a expressão "sem vergonha". E dá tchau abrindo as asas.

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