Alvo de queixas da população por atrasos no deslocamento e no atendimento aos usuários, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Santa Maria foi alvo, recentemente, de reclamações de moradores da cidade em redes sociais e relatos ligados ao caso do latrocínio (roubo com morte) que vitimou a servidora pública Nicoli Vieira Rodrigues, 30 anos, na noite de 3 de novembro, no Bairro Bonfim, na área central de Santa Maria.
Uma testemunha que ajudou no socorro à vítima havia relatado que a ambulância do Samu teria demorado cerca de 40 minutos para chegar ao local do crime. A coordenação do Samu, no entanto, afirma que o deslocamento da viatura levou cerca de sete minutos. Conforme a Central Estadual de Regulação de Urgências e Emergências, o chamado para o 192 relatando o caso foi recebido às 23h56min; a ordem de deslocamento foi expedida às 23h58min; e a unidade móvel tomou ciência do chamado 10 segundos depois.
Segundo o Samu local, imagens das câmeras de segurança localizadas na entrada da garagem da sede do Samu, junto ao Pronto-Atendimento (PA) Municipal, e na esquina das avenida Maurício Sirotsky Sobrinho e Dois de Novembro, mostram a ambulância saindo da base à meia-noite. De acordo com o relatório do médico deslocado para o atendimento, a ambulância chegou à cena do crime à 0h05min.
- O médico já encontrou a vítima em óbito, dentro do carro da Brigada Militar. Mas a equipe precisava se certificar. Então, como a cena do crime já estava contaminada, pois ela foi removida de um local para outro, a vítima foi posta dentro da ambulância, e foi feita a avaliação clínica. À 0h10min, o médico declarou o óbito dela, dentro da ambulância. Tudo é gravado e registrado até o final do atendimento, temos todas as provas documentais - explicou Nilvo Garcia da Rosa, coordenador do Samu em Santa Maria.
Esses horários foram citados em uma nota de esclarecimento publicada pela Masper - empresa responsável pelo Samu em Santa Maria. Para ler a nota na íntegra, clique aqui.
Depois da morte constatada, a ambulância transportou o corpo de Nicoli até o PA Municipal, no Bairro Patronato, tendo chegado ao local por volta da 0h15min, de acordo com os relatórios e as imagens analisadas pelo Samu. O tempo total (desde o chamado por socorro, atendimento à vítima, manobras de reanimação e até o regresso da unidade móvel a sua base) foi de 55 minutos, conforme informação da Central de Regulação.
- O atendimento começa quando o Samu é acionado e só termina quando a ambulância retorna para a base e está pronta para o próximo atendimento. Há etapas. Tem o chamado, a regulação, a estabilização do paciente, a chegada na porta da urgência e emergência, a volta para a base, a limpeza e desinfecção do interior do veículo e, aí, sim, há o contato com a central para encerrar o chamado. Mas, nesse caso, as pessoas preferiram culpar o Samu pela morte da menina - comenta Lucimar Garcia de Sá, fiscal do convênio do Samu com a prefeitura.
QUESTIONÁRIO
Nilvo ainda destaca que o questionário aplicado por telefone, quando o chamado é aberto, é protocolo em todo o território brasileiro e, por meio dele, é possível identificar qual equipe deslocar para atendimento:
- É importante a pessoa não desligar o telefone antes de concluir o procedimento. As perguntas são importantes para classificar a urgência e identificar qual a melhor equipe para realizar o suporte, por isso, é preciso ter paciência. Nesse caso, a ambulância não demorou nem dois minutos para sair daqui após ser notificada.