Renan Mattos
Ainda não há definição de quais serão os reflexos do aumento do preço dos alimentos com o reajuste de, em média, R$ 0,40 no litro do óleo diesel, anunciado pela Petrobras no início da semana passada. Mas a alta deve chegar nos supermercados nos próximos dias em função do repasse do aumento do combustível no valor dos fretes.
De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros) de Santa Maria, esse impacto deve ser percebido quando houver o reabastecimento dos produtos. Isso tudo em um cenário onde há predominância do transportes do setor por rodovias.
– Quando iniciar o próximo abastecimento, que leva entre sete, 15 e até 30 dias, é que vamos realmente sentir qual o impacto que o óleo diesel está causando na cadeia alimentar. Obviamente que isso vai ter impacto – afirma o presidente da entidade, Gilberto Cremonese.
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Uma pesquisa realizada pelo Diário, na última quinta-feira, em 30 postos da cidade, mostrou que o litro custava, em média, R$ 6,83. O aumento foi de 6,22% em relação ao preço médio de 27 de abril, quanto custava R$ 6,43. Além dos alimentos, o aumento do preço do diesel impacta, também, no custo dos transportes públicos, já que os ônibus são movidos pelo combustível.
Para o presidente do Sindigêneros, o momento é considerado complexo no mundo, em um panorama de guerra entre Rússia e Ucrânia, que demonstra o quanto há relação de dependência entre países.
– O reajuste, principalmente do diesel, reflete no mundo inteiro, uma angústia muito grande, e não só para quem transporta os produtos, também para os consumidores e também, obviamente, para os governos federal, estadual e municipais – avalia Cremonese.
MANUTENÇÃO
O aumento dos custos com pneus, pedágios e salário dos motoristas são exemplos de fatores que também impactam no preço final dos produtos em geral, desde alimentos a equipamentos eletrônicos. A saída está no fim da guerra entre Rússia Ucrânia.
– A partir disso, acreditamos que terá um impacto. Qual é o tamanho do impacto? Não sabemos dizer ainda, mas esperamos que a cada dia que passa, se resolva a situação dessa guerra tão desumana, porque não atinge só os dois países, mas todos os países do mundo – diz Cremonese.
Francine Boijink, francine.boijink@diariosm.com.br