Números (e as palavras) de Bisogno e uma encrenca a caminho no PDT

Claudemir Pereira

Números (e as palavras) de Bisogno e uma encrenca a caminho no PDT

No (nem tão) longínquo 1992, há exatos 30 anos, o então pedessista José Haidar Farret, numa aliança à direita, com o PFL, elegeu-se, com sobras, prefeito de Santa Maria pela segunda vez.

Fez, então, estrondosos 64.031 votos, deixando na poeira seus adversários. Estes eram o petista Marcos Rolim (comandante de uma coligação com PMDB, PPS, PSB, PSDB e PC do B), que chegou aos 29.651 votos, e o pedetista José Fernandes (em dobradinha com o PTB), que obteve 18.620 sufrágios. Exagerando, nem com mais dois ou três turnos, alguém tiraria de Farret aquela eleição.

A lembrança histórica chega agora pois foi citada pelo presidente do PDT, Marcelo Bisogno (foto), já no finalzinho (“Professor José Fernandes também fez uma grande votação para prefeito em 1992”) da mensagem enviada a este colunista. No texto, sem afirmar de forma expressa, legitimamente contesta o fato deste espaço não tê-lo incluído como protagonista em 2024, listando como tal o correligionário dele, o ex-reitor da UFSM, Paulo Burmann.

Sem delongas, já se pode anunciar com certeza que vem aí muita “DR” (Discussão da Relação, se ninguém entendeu) no pedetismo da boca do monte. Afinal, não será assim no mais que o partido se unirá em torno de um nome, seja qual for, para colocar à mesa das negociações nos primórdios do debate sobre candidaturas municipais dentro de dois anos.O tamanho da encrenca pode ser resumido apenas lendo as frases ditas pelo maior líder do PDT santa-mariense há um bocado de tempo. Acompanhe e tire, leitor, tua própria conclusão. Com a palavra, Marcelo Bisogno:

– Sigo na disputa, ainda sou o maior vencedor em números absolutos de votos em Santa Maria… Muito trabalho e dedicação ao nosso PDT, votação jamais alcançada para prefeito depois do nosso Renan Kurtz (referindo-se ao ex-deputado, já falecido, e que concorreu em 1988 e fez 29.266 votos – perdendo para Evandro Behr, 30.660 votos, e chegando à frente de Osvaldo Nascimento, então no MDB, 25,795; Marcos Rolim, do PT, 22.362, e Mauro Gaglietti, do PC do B, 422)

O dirigente segue, agora listando as próprias votações ao longo dos últimos pleitos:– Deputado estadual 2014, 13.617 votos; Prefeito 2020, 12.515; Vereador 2012, 8.713 (a maior votação até hoje na história de Santa Maria)

Bisogno também traz votos de disputas do PDT para deputado, obtidos na cidade. A saber:

Renan Kurtz em 1994: 29.999 votos para federal.

Vicente Paulo Bisogno em 2002 para federal: 19. 876

Marcelo Zappe Bisogno em 2014 deputado estadual – 13.617

Paulo Burmann em 2022: 9.768 votos para federal.”

É o momento em que Bisogno arremata:– Esses são os números do PDT em eleições em Santa Maria, cada um com seu tamanho. Estamos na disputa mais uma vez.

Agora, quem conclui é este nem sempre humilde escriba, que pergunta: deu para sentir o tamanho da encrenca que vem por aí, no pedetismo da comuna?

Destino de Salerno e o 11º nome em Santa Maria

RESTINGA SÊCA – Não é só em Santa Maria, claro, que as discussões sobre 2024 já comem soltas nos bastidores. Em Restinga Sêca (e não só lá), há muita gente interessada em saber o futuro político do prefeito Paulinho Salerno (foto), que está no segundo mandato (e portanto não disputa a reeleição) e que não ficará a pé.Os sinais começam a ficar claros. Afora a pretensão parlamentar, a ser exercida adiante (nunca se esquecendo que em política também existe fila), são fortes os indícios que a senda do municipalismo se instalou no atual presidente da Famurs. E veio pra ficar, diz-se. Então…Ah, a sucessão de Salerno? Ao menos no MDB ninguém duvida quem será o candidato: Norton Soares, vereador, presidente do setor jovem nacional da sigla e atual secretário de Saúde do município.

DÉCIMO PRIMEIRO NOME – Assessoria de Tony Oliveira (foto), do Podemos, demonstrou, nas redes sociais, insatisfação com o fato de a coluna não ter incluído o vereador como protagonista do pleito para prefeito em 2024.Sustenta, e tem razão, que o edil, com seus 9.840 votos em Santa Maria como candidato à Assembleia, só perdeu (e é verdade) para o eleito Valdeci Olveira, o tucano Admar Pozzobbom e o novista Giuseppe Riesgo. Mas ficou à frente do reeleito emedebista Beto Fantinel (6.958 votos aqui). Então tá. Eis aí outro nome, o 11º, para 2024. E ao menos para sua assessoria, aparentemente candidato à sucessão de Jorge Pozzobom.

Um partido para Rodrigo Decimo. Qual?

A filiação de Rodrigo Decimo ao PSL, em tempo de concorrer a vice-prefeito, em 2020, se deu muito mais por uma estratégia eleitoral que, necessariamente, por afinidade ideológica – embora ela até pudesse existir.Sem choro nem vela, a sigla foi para o beleléu e ninguém notou, ao contrário do DEM, com a qual se fundiu, e que tinha uma história de vida desde os tempos de PFL, seu primeiro nome. Substituídos ambos pelo União Brasil, o nome da junção, este é o partido que hoje abriga Decimo.Diferente do vereador Manoel Badke, que ainda é do UB por questões legais e, assim que possível, irá para o PL, com o qual tem nítida afinidade, Decimo não sai da sigla. Mas isso por enquanto. Afinal, como óbvio candidato a prefeito, não poderá se manter apenas por conveniência numa agremiação. Precisará ir além, demonstrar algo mais.Palpite claudemiriano: se não assumir compromisso efetivo com a sigla, o mais provável é que o atual vice vire tucano. A ver.

Luneta

SILÊNCIOTirante o pedetista Paulo Burmann, ao menos até o momento em que esta coluna é fechada, desconhece-se a presença de nomes locais no processo de transição entre o atual e o futuro governo gaúcho. Há mudez especialmente no PSDB local, partido do governador Eduardo Leite. Esse silêncio, no entanto, não significa, disse alguém ao ouvido do colunista, que o pessoal não está se mexendo. Pooois é.

O QUE CONTASim, há discussões, inclusive com direito a audiências públicas, no caso de alguns projetos. No entanto, lideranças influentes na Câmara apostam que serão apenas três os temas que de fato vão movimentar o parlamento até o final do ano – aliás, antecipado para 22 de dezembro. Um é o orçamento anual. Os outros são licitações: a do Transporte Coletivo e a da Coleta de Lixo. O resto fica para 2023.

COMBUSTÍVELNo embate que se avizinha, e logo, no pedetismo da boca do monte (ou alguém duvida, depois de conferir a nota que abre esta página?), a indicação do ex-reitor da UFSM e ex-candidato a deputado federal Paulo Burmann para compor, pelo PDT estadual, nas discussões sobre a transição de governo, é um combustível e tanto. Ardem, como sempre, as entranhas da agremiação fundada pelo falecido Doutor Leonel.

NOME FORTEConfirmou-se na segunda-feira, agora oficialmente, a entrada de Paulo Pimenta (foto) no setor de Infraestrutura do Governo de Transição nomeado pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin. O que torna ainda mais óbvio o que a coluna cravou há exatamente duas semanas: o deputado federal petista é o nome forte de Santa Maria na gestão Lula. E com posição de destaque, embora não necessariamente ministro.

PARA FECHAR!Na quarta-feira o vice-presidente Hamilton Mourão falou, a propósito da autorreclusão do presidente Jair Bolsonaro, de uma erisipela que atrapalha os movimentos do chefe do Executivo. Pois é desse mal que já começam a se notar sinais entre os integrantes do União Brasil, por aqui e ali, por conta de uma quem sabe aproximação com o PT de Lula, pela agremiação parida a partir da fusão entre DEM e PSL.

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