Foto: Tales Trindade
Mesmo com baixas temperaturas, esta quarta-feira (25) registrou fluxo normal no campus sede da Universidade Federal de Santa Maria. Porém, o dia é atípico. O futuro comandante da instituição começa a ser definido nesta quarta, a partir da pesquisa de opinião online que apontará a preferência da comunidade universitária.
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Mais de 31 mil docentes, servidores e estudantes regularmente matriculados estão aptos a escolher entre as chapas lideradas pelo ex-reitor Felipe Müller, que comandou a instituição entre 2009 e 2013, e pela atual vice-reitora Martha Adaime. O resultado da consulta deve ser divulgado a partir das 22h30min desta quarta-feira.
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O apresentador Alexandre De Grandi entrevistou os dois candidatos no programa Bom Dia Cidade! (CDN 93.5 FM), para avaliações das campanhas das duas chapas. Confira o que disseram Felipe Müller (chapa 1) e Martha Adaime (chapa 2):
Felipe Müller (chapa 1)

Sobre a campanha
– O que vimos foi muito medo de diálogo e das pessoas se exporem. São 12 anos de abandono das infraestruturas. Precisamos dizer que é (fruto de uma) má gestão e que nós temos uma proposta diferente. Foi uma campanha muito bonita e esclarecedora, coordenada por mulheres. Estamos muito confiantes e a universidade hoje tem a opção de escolher pela mudança – afirmou Müller.
Principais propostas
– Retomar o Hospital Universitário como hospital-escola, com a volta da gestão docente. Fazer um diagnóstico das infraestruturas da universidade e priorizar uma série de reparos, principalmente nas casas de estudantes. Nossa principal proposta é a pró-reitoria de ações afirmativas e equidade. Queremos fazer isso para que esses processos tenham mais voz, poder e institucionalização – acrescentou ele.
Sobre recursos
– Desde que fizemos a expansão, que triplicou o tamanho da universidade, sempre convivemos com o contingenciamento, com cortes de verbas. Isso a gente complementa com emendas parlamentares e busca de recursos em outros ministérios. Como o arcabouço fiscal não permite aquela flexibilidade que o governo tinha de investir, nós temos que buscar em outras fontes. Mas o dinheiro continua em Brasília – avalia o candidato da Chapa 1.
Sobre ações de extensão e proximidade à comunidade
– Eu sempre digo que a universidade tem como primeiro papel formar bons profissionais. Mas também temos a obrigação de levar tudo que se produz aqui dentro o mais próximo da sociedade. Queremos reabrir o Restaurante Universitário do Centro, para que possamos trazer mais pessoas para os nossos pré-vestibulares Alternativa e Práxis, além de levar nossas produções culturais, artísticas e tecnológicas para a sociedade no espaço da antiga reitoria – finalizou Müller.
Confira a entrevista
Martha Adaime (chapa 2)

Sobre a campanha
– Foram 35 dias de muito trabalho. Uma campanha de muita ética, de muita escuta, necessária para esse momento, mas também alegre e engajada. Nós entendemos que a universidade tem problemas, como todos as instituições gigantes como a nossa. Mas somos uma das 10 melhores universidades desse Brasil. Isso nos orgulha. Independente do resultado, nós ganhamos muito nesses 35 dias de escuta – afirmou a atual vice-reitora.
Principais propostas
– Planejamento estratégico. Não só o planejamento estratégico de gaveta, na administração central. Ele precisa de alguma forma chegar à base. E isso a gente não conseguiu fazer. Em segundo lugar, o fortalecimento da assistência estudantil e o fortalecimento da questão ambiental do campus, que são questões prioritárias para a gente – pontuou ela.
Sobre recursos
– Em termos de matriz orçamentária, essa busca é uma busca que se faz necessária através da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior). Além disso, hoje muitos recursos estão nas mãos dos parlamentares. O ano que passou foi o ano que a UFSM mais executou emendas parlamentares. Outra forma é através de recursos via inovação e royalties – destacou Martha.
Sobre ações de extensão e proximidade à comunidade
– Cada vez mais precisamos fortalecer essa relação. E, a partir do momento, que nós percebemos que nós estamos arrecadando mais recursos na inovação, percebemos que cada vez mais a sociedade está acreditando na pesquisa e na inovação que está sendo desenvolvida nessa universidade. A tendência é que isso aumente a cada ano e é isso que queremos – finalizou.
Confira a entrevista