Jovem que morreu em acidente estava em um churrasco

Vítima do acidente de trânsito na madrugada de sábado, Cíntia Cardoso de Andrade, 27 anos, foi sepultada neste domingo, no Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria.

Ela era carona em um Golf que, desgovernado, bateu em um Fusca, em um muro de um mercado e no portão de uma empresa de vigilância, na Rua Caldas Júnior, na Vila Oliveira. Com a violência do choque, a jovem foi lançada do veículo.

O motorista, Edison Victorino Goulart, 26 anos, negou-se a fazer o teste do bafômetro. No entanto, o médico que o atendeu logo após o acidente disse que rapaz apresentava visíveis sinais de embriaguez. Detido em flagrante e encaminhado à Delegacia de Pronto-Atendimento, Goulart pagou a fiança de R$ 1 mil e foi liberado.

No carro, havia uma lata de cerveja vazia. Outras duas pessoas estavam no veículo. Elas sofreram ferimentos leves. A liberdade de Goulart indignou a família.
– Como pode a vida de uma pessoa valer R$ 1 mil? Ele está solto, só com escoriações. Minha filha está morta, ficou irreconhecível. É muita injustiça – revolta-se a mãe da vítima, Elenita de Fátima Cardoso, 48.

Cíntia e Goulart haviam se conhecido seis meses atrás. Para os pais, ela dizia que eles eram amigos. No entanto, conhecidos relataram que os dois mantinham um relacionamento amoroso.

Na madrugada de sábado, o casal havia ido até a casa de um tio de Goulart, na Vila Caturrita. Lá, acontecia um churrasco. Cerca de 10 minutos depois de chegar, Goulart disse que sairia para abastecer o carro e levar Cíntia para Santo Antão, onde a jovem morava. Presentes no churrasco, Valdori Jorge Alves, 44, e a namorada, Domingas Gulart da Rosa, 55, pediram uma carona para comer um xis. Cerca de 15 minutos depois, aconteceu o acidente.

– A gente era só carona. Não sei o que aconteceu. 100% que ele perdeu o controle do carro. Não sei se ele bebeu, ou não. Ele estava na dele. Naquela hora, na casa do tio dele, ele não bebeu – disse Alves.

Abalado, Goulart, que trabalha como pedreiro, não estava em sua moradia neste domingo. Segundo familiares, ele foi retirado de casa por medida de segurança. O “Diário” tentou ouvir a versão do motorista, no entanto, até o final da tarde de domingo, ele não havia respondido aos pedidos de entrevista. 

– Ele ficou muito nervoso, muito abalado. Ninguém vai querer matar uma pessoa assim em um acidente – relatou o tio do condutor, Valderi Gulart.