100 anos de romaria

Emoção e fé marcam Festa dos Navegantes em Dona Francisca

Arianne Lima

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Pedro Piegas (Diário)

O segundo dia do mês de fevereiro é sinônimo de fé e agradecimento para devotos de Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, alguns dos nomes dados à Rainha do Mar. Em Dona Francisca, a data permitiu que cerca de 500 pessoas participassem dos 100 anos da romaria da padroeira do município.

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PROCISSÃO
Antes das 19h30min, horário previsto para o início da procissão, já era possível avistar uma multidão de pessoas no Porto Rio Jacuí. Na medida em que a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes se aproximava do porto em um dos nove barcos participantes, aplausos e fogos de artifícios podiam ser ouvidos. 

A animação da coordenadora de Cultura do município, Elisabete Marin, 67 anos, era incontestável. Romeira há 47 anos, ela considera a procissão deste ano a mais bonita.

- Todos os anos eu estou aqui. E é uma emoção única. Eu acho que quem não está aqui hoje, está perdendo uma das festas mais bonitas de todos os tempos. São 100 anos e esse é diferente. Foi trabalho, como eu digo, com fé, amor e esperança.

Durante a reza de um Pai Nosso a caminho do Monumento de Nossa Senhora, as primeiras velas eram acesas. A emoção tomou conta da população quando uma encenação ressaltou o papel de Nossa Senhora dos Navegantes como estrela-guia daqueles que precisam de luz, apoio e consolo.

PARADAS

Para chegar na Igreja Matriz, a procissão seguiu pela Rua Marechal Artur da Costa e Silva, no qual a presença de mulheres com vestes santas era perceptível. Durante as paradas, o público refletia sobre símbolos como a coroa de 12 estrelas, o manto, a âncora e outros itens que compõem o imaginário sobre Nossa Senhora. 

A estudante Jamile Gabriele de Deus Cargnin, 18 anos, foi uma das voluntárias. Representando o bairro Mostardeiro, ela se apresentou, na 3ª parada, como Nossa Senhora dos Navegantes com Jesus no colo. Apesar de já ter atuado no papel em anos anterior, cada oportunidade é recebida como uma 'benção'.

- É uma emoção poder participar e comemorar este evento, que ocorre a muitos anos - comenta a jovem.

Assim como Elisabete e Jamile, Abilio Rampelotto, 78, não estava participando da edição da Festa do Navegantes pela primeira vez. Morador do interior de Dona Francisca, faz 60 anos que ele se desloca ao centro para participar do evento.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">

VIAGEM AO PASSADO

Próximo das 21h, badaladas do sino da Igreja Matriz anunciavam a aproximação da procissão luminosa. Dentro do local, um grupo expressivo de fiéis aguardavam pelos caminhantes e principalmente, pela imagem de Nossa Senhora dos Navegantes.

A imagem entrou carregada por diversas mãos, arrancando lágrimas dos presentes. Entre tantos, o maior pedido era de não perder a esperança em dias melhores.

O secretário de Cultura e Turismo de Dona Francisca, Ricardo Zimmer, enfatiza que é preciso agradecer a tudo que foi feito durante esses 100 anos de romaria. Para ele, esta edição proporcionou uma profunda reflexão a todos.

- Ela é muito mais um ato de reflexão do que uma festa. Na verdade, é sobre interiorizar-se e voltar para aquilo que se acredita. Se estamos navegando nesses mares e tempestades, temos a fé como porto seguro. Vejo isso como um grande símbolo e oportunidade de mostrar, através da procissão, missão e multidão, que se enfrenta tudo com coragem. Precisamos ter muita coragem para chegar aos 100 anos e dizer que tudo valeu a pena - afirma.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Pedro Piegas (Diário)

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