São Francisco de Assis

Diárias de servidores geram despesas e dúvidas

Em meio à crise política nacional, na região fatos políticos chegam a desafiar as leis da física e do bom senso, ainda mais num momento em que os municípios estão tendo de cortar gastos em função da diminuição de repasses do Estado e União. Servidores da prefeitura de São Francisco de Assis receberam mais diárias do que dias que tem o mês. Também chamam a atenção os gastos excessivos com salgadinhos.

Na última segunda-feira, a Câmara de Vereadores instaurou uma CPI para investigar o pagamento de diárias na prefeitura. O Ministério Público também está investigando o caso. Já o prefeito abriu um procedimento interno e disse que quem recebeu diárias indevidas vai ter que devolver.

O prefeito Horácio da Silva Brasil (PP) assinou um decreto se comprometendo em conter despesas em julho. O município adotaria várias medidas para economizar, como comprar menos material de limpeza e reduzir os gastos com combustível. Porém, no mesmo mês em que o decreto foi assinado, um assessor da prefeitura recebeu 27 diárias, sendo que julho teve apenas 22 dias úteis. O montante representou um adicional, no salário, de mais de R$ 2 mil.

– Pode ter havido aí, como em tudo acontece, algum equívoco, alguma falha no registro dessas diárias porque é impossível alguém estar no mesmo dia em dois lugares, não tem como estar – afirmou o prefeito.

No caso desse assessor, que não quis conceder entrevista à reportagem da RBS TV, das 27 diárias, 25 foram feitas no interior do próprio município. O mais estranho é que um decreto municipal, assinado neste ano, prevê que os servidores têm direito a diárias quando estiverem trabalhando no interior da cidade por mais de um dia. Um levantamento feito por vereadores apontou que foram pagos mais de R$ 100 mil para 16 servidores da prefeitura nesse tipo de situação no último um ano e meio.

– É uma situação completamente injustificável. A gente vê isso como forma de complementação de salário – afirma o vereador da oposição Jeremias Oliveira (PDT)

Até o zelador do cemitério municipal, que fica na Zona Urbana, recebe a ajuda de custo como se estivesse trabalhando na zona rural. O zelador Antônio César de Bairros Muller diz que nem sabia que o dinheiro extra que vinha no contracheque eram diárias, pensava que era de horas extras.

A Secretaria de Obras do município, que é responsável pelo contracheque do zelador, informou que as diárias eram para que o funcionário ficasse que à disposição da secretaria para outros serviços fora do cemitério – o que nem o zelador sabia.

Até salgadinhos

Além disso, a prefeitura gastou quase R$ 7 mil em salgadinhos este ano. Destes, R$ 3 mil após o decreto de redução de custos. O valor corresponde a 12 mil e 500 risólis. O prefeito afirma que o valor estava orçado:

– É que nem na casa da gente. Quando chega alguém, a gente serve um chimarrão, serve alguma coisa, convida para almoçar. E na prefeitura é a mesma coisa, quando vem alguém importante, alguém de destaque, a gente recepciona. Estava orçado em torno de R$ 16 mil.

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