Após decreto de emergência devido à estiagem, Carnaval de Jaguari pode ser cancelado

Uma das festas mais famosas da Região Central, o Carnaval de Jaguari, pode ser cancelada em razão da estiagem que atinge o município, assim como outros da Região Central. A principal preocupação é com o abastecimento de água para a comunidade jaguariense. 

Durante os dias da festa popular, a cidade recebe milhares de visitantes e a demanda de abastecimento de água cresce de forma significativa. Assim, a prefeitura deve decidir nos próximos dias se o município terá condições de sediar a festa.

Segundo o prefeito de Jaguari, Roberto Turchiello (MDB), o Carnaval tem grande importância para a economia do município e o poder público trabalha para encontrar alternativas que não prejudiquem a cidade.  

– É uma decisão que impacta restaurantes, hotéis, empresas de transportes, mercados e outros empreendimentos do comércio local. Sabemos que existe um planejamento relacionado a festa, então tomaremos uma decisão o quanto antes. Mas, neste momento, a realização do Carnaval depende muito do cenário de estiagem. Não podemos realizar um evento tão grande se isso pôr em risco o abastecimento de água da população – explica. 

Caso não seja realizado, será o terceiro ano consecutivo sem o Carnaval de Jaguari.

Festa atrai milhares de foliões

Em 2021 e 2022, não foi possível realizar o Carnaval em razão da crise sanitária causada pela pandemia de Covid-19. Com a vacinação em massa da população, o retorno da festa pode ser comemorado neste ano. No entanto, a possibilidade de cancelar o evento também preocupa o prefeito:

– Sabemos que, quando alguns grandes eventos deixam de ocorrer, as pessoas se desmobilizam. Esse é um receio que temos. Durante a pandemia, era impossível realizarmos uma festa tão grande que movimenta toda a região. Agora, vivemos o impasse porque o evento mobiliza a economia da cidade, mas, ao mesmo tempo, aumenta demais a demanda por água, principalmente potável.

Impactos da estiagem

Nesta segunda (09), Jaguari decretou situação de emergência devido à estiagem. O documento publicado aponta que as perdas significativas foram nas culturas de soja, fumo, milho, uva e na pecuária de corte e de leite. A estimativa é que os prejuízos girem em torno de R$ 45 milhões.