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O essencial: lições que um armário masculino guarda


Aqui em casa, divido um roupeiro de seis portas com meu marido. Mas vou dizer: eu ocupo uma porta, três prateleiras e uma gaveta a mais que ele. Até esta coluna, nunca tivemos problemas... Acreditem: esse é um espaço suficiente para armazenar tudo que temos. O segredo está em saber eleger o essencial. Explico mais adiante! Na verdade nunca tive muita quantidade de roupas. Meus pais tinham condições financeiras modestas e, desde que me tornei independente, aos 28, valorizo poucas e boas peças de qualidade.

Apesar de não ser uma consumista compulsória, adoro roupas novas. Sempre amei a sensação que um look novo ou diferente traz. Bem-estar, euforia, disposição, renovação, os sentimentos misturam-se dependendo da ocasião. Às vezes compro por mim mesma, às vezes peço de presente, às vezes me fazem uma surpresa inesperada. Como há muitos anos, quando um namorado antigo, em vez de me presentear com mais uma peça de roupa, me deu o livro "Essencial", da Costanza Pascolato. Cabum!

Costanza me ajudou a pensar melhor a moda. Ao lê-la, um dos grandes aprendizados foi perceber que o essencial é ter algumas peças básicas. Muitas pessoas acham difícil montar looks harmônicos, encontrar o próprio estilo. Acham que isso requer um guarda-roupas complexo. Mas o segredo é partir de um repertório básico composto por oito itens: blazer, calça jeans, camisa branca, cardigã, camiseta, trench coat (casaco feito em tecido impermeável), saia e vestido pretos. Com essas peças de conexão, podemos fazer combinações diversas e estar sempre bem vestidos.


Foto: Pixabay

O essencial, portanto, refere-se a um guarda-roupa enxuto, mas versátil. E nesse sentido, eu relembro que temos muito a aprender com a moda masculina. Homens dispõem de peças básicas com menos variações de modelos, modelagens e cores. A moda homem chega a ser às vezes previsível e repetitiva, mas é eclética e tem como principal vantagem o tempo de uso. "Enquanto a moda feminina muda a cada coleção, a masculina passa apenas por pequenas alterações. Isso acontece porque, regra geral, o público masculino é mais tradicional e avesso a mudanças", como me explicou Renato Machado, empresário da área têxtil há mais de 35 anos. A moda masculina, portanto, não tolera excessos na sua concepção original e, portanto, deixa heranças para a recente onda minimalista mundial. Já ouviram falar dela?

O minimalismo que me refiro não é uma simples expressão de linguagem ou tendência comportamental, mas uma nova filosofia de vida inteiramente baseada no mínimo necessário para viver com realização e bem-estar. Minimalistas defendem que é possível viver uma vida significativa com menos coisas.

Na moda, o minimalismo emerge com a proposta de refletir sobre a necessidade de adquirir peças novas, de frear o consumo desnecessário, de evitar o acúmulo de roupas, calçados e acessórios no roupeiro. A proposta é simplificar o estilo de vida, desapegar daquilo que não aproveitamos ou que não conversa com a nossa rotina atual.

Cada vez mais pessoas têm experimentado esse "detox-fashion", desapegando-se de algumas roupas ou fazendo um jejum de compras por alguns meses. A ideia é reeducar-se para viver bem com menos.

Parece difícil? É uma mudança de hábitos e postura, e portanto requer engajamento. Mas não precisa ser nada radical nessa lógica do MENOS É MAIS. Várias iniciativas podem ser um começo para a gente ter um guarda-roupa mais coerente, olha só:

  • Procure ter algumas peças básicas e clássicas, que permitem fazer combinações diversas;
  • Desapegue de uma peça de roupa antiga para cada peça nova que adquirir;
  • Já dei essa dica antes, reflita: "Eu realmente preciso disso?" "Esta peça tem a ver comigo?" "Consigo fazer outros looks combinando peças do meu armário?" "Tenho ocasião para usar?";
  • Procure comprar uma peça de melhor qualidade (às vezes um pouco mais cara), em vez de comprar várias baratas de baixa qualidade;

O minimalismo nos inspira um novo jeito - mais consciente - de pensar e de viver nossas escolhas e nossas compras. Você pode começar agora, fazendo uma avaliação geral no seu guarda-roupa. Mais importante do que quantas portas e prateleiras você ocupa nele, é o que você guarda dentro delas.

Ah, e se quiser ler mais sobre moda e movimento, maternidade possível e dilemas da meia-idade, me acompanhe todos os dias no Instagram: @hinerasky

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