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Pensar moda vai muito além de tendências fashionistas que vão para as araras. Moda fala muito sobre comportamento, reflete cultura, traduz mudanças sociais e acompanha a inovação. Por falar em inovação, é sobre isso que busco falar aqui, trazer algumas reflexões baseadas em dados e provocar o questionamento sobre o caminho da moda.
Prometo ser breve, afinal, estamos acostumados a consumir muitos conteúdos em pouco tempo e de forma muito rápida, esse é o impacto da revolução tecnológica, onde somos nativos tecnológicos e recebemos informação a todo instante. Essa onda de informações e a globalização da comunicação tem grande responsabilidade na aceleração da indústria da moda. Isso se dá porque possuímos mais recursos, assistimos desfiles, shows, palestras através dos smartphones onde quer que nós estejamos, realizamos compras na palma de nossa mão e sem sair de casa. Se antes isso era um caminho, em meio a pandemia se tornou realidade: quem não efetuou uma compra pelo WhatsApp, aplicativo de loja, Delivery ou qualquer ferramenta que facilitou seu acesso a determinado produto ou serviço? A Covid- 19 nos fez ficar em casa por muito tempo, mas o consumo continuou. E o consumo de moda teve seu impulso por meio das tecnologias.
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O poder das malhas na moda masculina
Como comentei antes, a evolução é continua e quando nos deparamos com situações que fazem nosso ecossistema parar, é natural buscarmos novos recursos, nos renovar e adaptar a nossa forma de consumir, produzir e criar. E esse impacto do coronavírus no ecossistema fez com que todas as áreas de alguma forma se reinventassem, criassem novas possibilidades, desde a área de criação, produção até a venda.
A Farfetch, plataforma de moda de luxo, por exemplo, pensando na experiência de consumo do cliente final, anunciou a chegada da tecnologia virtual Try-on, que oferece a possibilidade de o usuário experimentar produtos reais virtualmente através do aplicativo. Até então, a função é disponível para sistemas IOS, para modelos de sneakers da marca Off- White, mas a marca busca avançar com o app. Com essa nova ferramenta, é possível ter a visão 360ª da peça ajustada ao corpo apenas com a câmera do celular e de maneira segura.
Os desfiles, grandes eventos que reúnem estilistas, criadores, imprensa, influenciadores e todo público relacionado a moda, que antes sempre aconteceu presencialmente, se vê acontecendo através de lives e sem plateia. Isso nos faz questionar: será que é tão importante que estes desfiles sejam presenciais? Afinal, o custo de um desfile streaming é muito mais baixo e é possível ser muito criativo dessa forma. Desfiles de Giorgio Armani e A La Garçonne foram pioneiros a trazer este formato para as telinhas de computadores, tablets e smartphones em meio a pandemia.
3 perfumes masculinos para conhecer agora
E se os desfiles, que tem um papel fundamental nesse processo se reinventaram, porque as Feiras de Moda e Beleza destinadas aos varejistas e comerciantes também não se adaptam? Foi isso que aconteceu, feiras como Brasil Eco Fashion Week (BEFW) e Beauty Fair apostam em eventos online para este ano, desta forma mantendo o mercado em movimento. A Eco Fashion Week, evento que se tornou um grande point da moda brasileira sustentável e de inovação acontecerá entre os dias 18 e 22 de novembro com o tema "Conectar para regenerar: Moda e Planeta" e promete trazer muita interatividade através de palestras e workshops, desfiles, mercados de produtos, atividades de empreendedorismo e muito mais.
Para finalizar, vemos que diversos pilares da indústria da moda se reinventaram, percebemos que mesmo em distanciamento social, estamos unidos pela tecnologia. Conectar o on e o off se tornou essencial, essas práticas implementadas agora em meio a pandemia servirão de reflexo para novas práticas que ainda estão por vir, esse é o processo da evolução. Gosto de ter uma visão otimista de que a moda caminha cada vez mais para um mundo inclusivo, cada vez mais sustentável e impulsionado pela tecnologia.
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