“Vamos começar a reconstrução de pontes, rodovias, escolas e hospitais dos municípios”, afirma vice-governador em visita a Santa Maria

Thais Immig

Fotos: Beto Albert (Diário)

O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), esteve em Santa Maria, no final da manhã desta terça-feira, para se reunir com o Gabinete de Crise e equipes do governo do Estado que atuam na região. Após a reunião, um centro de comando foi montado em Santa Maria para a reconstrução dos municípios após a chuva histórica registrada no Estado.

Gabriel Souza pousou no campo da Brigada Militar por volta das 10h45min e, na chegada, falou sobre as prioridades do governo estadual neste momento. Santa Maria é uma das cidades onde foi instalada para oferecer suporte humanitário a comunidades isoladas, além de Santa Cruz do Sul e Lajeado.

O que está acontecendo agora, é o seguinte: não temos aqui na região mais pessoas para serem salvas em situação de extrema urgência. Mas estamos em uma situação em que muitas comunidades estão isoladas pela questão da ruptura de pontes, a água nas rodovias, destruição de estradas e assim por diante. Então, não podemos deixar faltar os insumos básicos para essas pessoas e, por isso, vamos fazer aqui uma ação integrada do governo do estado com vários órgãos e também com uma equipe do meu gabinete – afirmou o vice-governador.

O vice-governador pousou no Campo da Brigada Militar por volta das 10h45min

Na sequência, ele se reuniu com o Gabinete de Crise instalado em Santa Maria, que contou com a presença de diferentes órgãos que atuam nas ações emergenciais, como a prefeitura de Santa Maria, comandantes das forças de segurança do governo do Estado: Brigada Militar, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e também a Polícia Civil.

Após, em entrevista coletiva, o vice-governador falou sobre as ações imediatas que serão realizadas. Segundo ele, a Região Central entra em uma terceira etapa de restabelecimento dos municípios a partir da reconstrução de pontes, rodovias, escolas e hospitais:

– A primeira etapa é salvar vidas. A segunda, que ainda continua, é o suporte humanitário a comunidades isoladas e a terceira etapa é começar o restabelecimento e reconstrução dos municípios.


Ponte emergencial na RSC-287

Rodovias federais e estaduais seguem bloqueadas em diversos pontos do Estado. Só na RSC-287 são pelo menos sete pontos de interrupção até Tabaí, conforme informou o vice-governador. Por isso, na segunda-feira, foi realizada uma vistoria na ponte sobre o Arroio Grande, distrito de Palma, ligação entre Santa Maria e Porto Alegre. Após a avaliação, foi definida a instalação de uma ponte provisória e emergencial pelo Exército devido ao alto número de veículos que trafegam pelo local.


Poço artesiano

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, vai editar uma portaria autorizando, excepcionalmente, o uso da água de poços artesianos para fins de limpeza das casas.

– Não é para consumo humano, porque não é tratada, mas é uma água importante para outros usos que são necessários. Então, os poços artesianos serão utilizados para essas atividades – afirmou Gabriel.


Centro de comando
Outro encaminhamento da reunião, anunciado pelo vice-governador na coletiva à imprensa, foi a instalação de um centro de comando do governo do Estado ao 1º Regimento de Polícia Montada (RPMon) da Brigada Militar. Para auxiliar na ação, o Secretário Executivo do Gabinete de Projetos Especiais do governo, Clóvis Magalhães, foi enviado a Santa Maria.

– A diferença é que vamos trabalhar na mesma sala com a coordenadoria regional de Educação, Saúde, Obras Públicas e Meio Ambiente. Também terá aqui uma emergência ambiental da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) porque agora vai ter a etapa, entre tantas, de redirecionar resíduos e entulhos, lixos hospitalares e animais mortos que vão surgindo nos municípios. Temos que ter uma equipe ambiental emergencial para fazer a orientação correta em relação ao destino desses resíduos – afirmou o vice-governador.


Centro de Logística será instalado

Um centro de logística começará a operar na tarde desta terça-feira (7) no Bairro Camobi, em trecho da RSC-287 para atender Santa Maria e região. Assim, o município terá dois centros: um instalado no Centro Desportivo Municipal (CDM), administrado pelo município, e outro que vai funcionar na RSC-287 para atender a região. Conforme o vice-governador, elas atuarão de forma integrada.

– Hoje, não temos nenhum município sem acesso, mesmo que ele seja muito difícil. Porém, dentro desses municípios, temos comunidades isoladas e não podemos deixá-las desabastecidas. Por isso, vamos levar com auxílio de helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) ou caminhões do Exército alimentos não perecíveis para essas localidades. O centro logístico vai ser instalado nesse local para realocar doações que estão chegando por meio da base aérea ou aeroporto civil – explicou Gabriel.


Distribuição das doações

As aeronaves da Brigada Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros são utilizadas prioritariamente em situações de salvamento de pessoas. Por conta da diminuição de pessoas com necessidade de salvamento por via aérea na grande Porto Alegre, segundo o vice-governador, os helicópteros começaram a ser utilizados para distribuição de mantimentos. Essas bases serviriam então para abastecimento e desabastecimento de insumos.

– Nós temos notícias por vários canais de alguma situação, seja pela prefeitura, imprensa ou população, nós (governo do Estado) comunicamos a Força Aérea sobre a situação e deslocamos um helicóptero e o abastecemos com as doações ou insumos que o governo arrecadou. Como Santa Maria está sem acesso à capital e Porto Alegre também está com problemas graves, nós temos recebido muitas doações via aérea em aviões. São doações que vêm por meio das Forças Armadas e também de aviões particulares, o que agradecemos imensamente – completou ele.


Corte de incentivos

Desde 1° de maio, está em vigor o corte incentivos fiscais de diferentes produtos, como leite e o popular cacetinho. Isso significa que haverá um aumento no imposto cobrado desses itens. A medida foi adotada pelo Estado para aumentar a arrecadação, uma vez que o projeto de aumento da alíquota de 17% para 19% acabou retirado da Assembleia Legislativa por falta de apoio para a aprovação. Sobre o tema, o vice-governador disse que a prioridade é socorrer as vítimas das enchentes e, no momento oportuno, a medida será avaliada, contudo, frisou que diante da necessidade de recursos para recuperar o Estado, seria complicado abrir mão de receita.

– Nossa prioridade agora é salvar vidas, ainda mais que teremos outras chuvas no Estado. Depois que passar esse momento, passaremos a pensar em outras coisas. É a maior tragédia da história do Rio Grande do Sul. Não sei se é o momento de tirar receita do Estado, porque são vários locais que precisam ser reconstruídos em todo RS. Tirar receita do Estado, agora, não me parece uma boa opção – destacou Gabriel.


Canal de combate

Na entrevista, o vice disse que o governo do Estado também trabalha na elaboração de um canal para combater a desinformação:

São criminosos que estão se aproveitando das pessoas nesse momento de fragilidade das pessoas. Nossas forças de segurança estão atentas quanto a isso. Além disso, a desinformação acaba acontecendo também por compartilhamento de pessoas que são públicas, que deveriam estar atentas a isso. Essas coisas também acabam afastando as pessoas que desejam ajudar.

Gabriel abordou também os golpes de resgate e tentativas de assalto nessas condições:

– Infelizmente está tendo episódios de criminosos que aproveitam nesses momentos de tragédia e fragilidade para cometer golpes e crimes diversos. Aqui em Santa Maria, foi preso um cidadão que estava vendendo mantimentos recolhidos nas doações. Também tivemos ocorrências de saques. E isso não iremos admitir. Estamos com todo o policiamento nas ruas exatamente para evitar essa situação e punir os culpados, quando identificados – concluiu o vice-governador, referindo-se ao homem que foi conduzido para prestar esclarecimentos por residir na casa da mulher que é investigada pela venda e que não se encontrava na casa.


*Colaborou Letícia Klusener

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