31ª Feira do Peixe Vivo termina nesta sexta-feira em Santa Maria; veja onde garantir o pescado

A 31ª Edição da Feira do Peixe Vivo segue até sexta-feira (07) em Santa Maria. Esse é o último momento para quem quer garantir o pescado para a Sexta-feira Santa. No total, são 10 pontos de vendas na cidade, sendo a Gare da Viação Férrea o principal local de comercialização. A feira, que é tradicional no período de Páscoa, começou na terça-feira (4) e, desde então, cerca de 60 toneladas de peixe já foram vendidas.

Nesta quinta-feira (05), mesmo com chuva, havia filas para a compra do pescado na Gare. No local, as espécies ficam em piscinas (tanques) e o consumidor pôde escolher o produto, que é abatido na hora e, ainda, sair com o peixe limpo. Os preços variam entre R$ 14,80 e R$ 23,80. Já a limpeza custa R$ 10, sendo disponibilizada em três locais: Gare da Viação Férrea, Rua Radialista Osvaldo Nobre, Avenida Paulo Lauda.

Na casa da representante comercial Helena Bubans, 67 anos, o cardápio da Sexta-feira Santa vai ser a carpa húngara assada. Ela, que é frequentadora da feira, relata que tornou-se um hábito para a família vir até a Gare comprar o peixe nessa época:

– Nós viemos todos os anos, é tradição, Sexta-feira Santa tem que ter peixe. Nos habituamos aqui, conhecemos, gostamos do lugar, é amplo e bem organizado, e já levamos o peixe limpo para casa – conta Helena.

A carpa húngara que a família da Helena comprou é apenas uma das variedades que estão disponíveis na Feira do Peixe Vivo. Além desta, também são vendidas carpa-cabeça-grande, carpa prateada, carpa capim, tilápia e peixes nativos (pacu, jundiá, traíra e piava).

O piscicultor José Machado, 55 anos, comercializa os pescados na Gare há mais de 20 anos. Ele, que também é secretário da Associação dos Piscicultores de Santa Maria (Apism), avalia que, mesmo com a redução na produtividade e menor oferta que a edição anterior, a comercialização está em um bom ritmo:

– Temos atendido bastante clientes, o pessoal está procurando (o peixe). O produto está vindo com qualidade dos nossos distritos. Graças a Deus, nossa comunidade, nesses 31 anos de feira, vem ajudando a agricultura familiar – relata José.

O piscicultor ainda explica que o tempo de produção é de 18 meses e que o pescado da próxima edição ainda vai sofrer as consequências da estiagem:

– (A estiagem) afeta porque poderíamos colocar um produto de mais peso no mercado. O reflexo desse ano vai pesar ano que vem, vamos fazer de tudo para tentar recuperar a perda desses últimos meses que viemos sofrendo com a estiagem. No ano que vem não vamos conseguir colocar um produto de melhor qualidade ainda porque, na verdade, esse produto que estamos colocando hoje é do ano passado, trabalhamos em cima de tempo.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural Rodrigo Menna Barreto, a venda tem superado as expectativas dos produtores. Restam cerca de 3 toneladas do pescado para serem vendidas.

— Desde terça o volume foi constante em todos os pontos. Eu não sei se teremos peixe para a sexta. A informação que temos é de que, provavelmente, falte. Vai depender da movimentação desta quinta de tarde. Mas o balanço é positivo, essas vendas trazem uma renda importante para os agricultures que já tiveram grandes perdas com a estiagem. E o pessoal procurou, nós vimos peixes de qualidade, as pessoas comprando e ficando satisfeitas — avalia o secretário.

A realização da feira é da Associação dos Piscicultores de Santa Maria (Apism). O apoio é da prefeitura de Santa Maria, que fornece a infraestrutura, como eletricidade para ligar as bombas da piscina que ficam as espécies, banheiros químicos e o preparo dos locais.

Inspeção

Para garantir que o pescado chegue em condições adequadas até a mesa do consumidor, na Feira do Peixe, a médica veterinária, Juliana Quinhones, 35 anos, realiza o serviço de inspeção das barraquinhas de venda e limpeza.

– O serviço de inspeção exige que tenha o mínimo de higiene e boas práticas. Viemos antes da feira começar com a parte documental, treinamento do pessoal e exigência do material, que não tenha porosidade, nada de madeira, e uso de uniforme, bota, avental. Isso tudo é para garantir que o alimento que vai sair daqui, o peixe, esteja em condições para ser consumido sem nenhum tipo de contaminação.

Para comemorar a Páscoa

• Até quinta-feira (6), a feira funciona das 7h às 19h. Já na sexta-feira (7), o horário é das 7h ao meio-dia
• Ao todo vão ser 16 produtores comercializando na feira. Mas, de forma indireta, são mais de 40 piscicultores que vendem durante esse período da Páscoa
• O menor preço em 2022 era de R$ 12,20. Neste ano, o menor preço do quilo é R$ 14,80, um aumento de R$ 2,60
• O maior valor ano passado era de R$ 21,20. Em 2023, o maior valor por quilo é de R$ 23,80, um aumento de R$ 2,60
• O valor da limpeza do peixe é de R$ 10

Locais

• Gare da Viação Férrea, Bairro Centro, final da Avenida Rio Branco 
• Faixa Velha de Camobi, na frente da Caixa Econômica Federal 
• BR-287, próximo ao posto Santa Lúcia 
• Rua Eugênio Mussoi, Bairro Urlândia, na Vila Santos, ao lado do PAR 
• BR-158, junto a Banca Feltirn, próximo a ponte do arroio Raimundo
• Avenida Paulo Lauda, Bairro Tancredo Neves, junto ao Centro Comercial 
• BR-392, ao lado da empresa Verdes Vales John Deere 
• BR-392, em frente ao acesso do Frigorífico Silva
• Rua Radialista Osvaldo Nobre, Bairro Juscelino Kubitschek, esquina com a Rua Vasco da Cunha
• Avenida Governador Walter Jobim, Bairro Juscelino Kubitschek,  junto a Aurora Máquinas

Tabela de preços (por Kg)

• Carpa Cabeça Grande – R$ 14,80 kg
• Carpa Húngara –  R$ 18,80 kg
• Carpa Prateada – R$ 18,80 kg
• Carpa Capim – R$ 21,80 kg
• Tilápia – R$ 21,80 kg 
• Nativos – Pacu, Traíra, Jundiá e Piava – R$ 23,80 kg