Foto: Renan Mattos (Diário)
Crime aconteceu na noite de sábado na Travessa Hermes Cortês
"A Nicoli resistiu 40 minutos esperando o Samu chegar. A menina que ficou com ela no colo teve de responder um monte de perguntas, um questionário. Pura perda de tempo. Depois de 40 minutos, a ambulância ainda demorou 20 minutos para chegar. Só para buscar o corpo porque não havia mais o que fazer."
O relato acima foi feito por uma testemunha que ajudou no socorro da servidora da UFSM Nicoli Vieira Rodrigues, 30 anos, esfaqueada por assaltantes depois de um assalto, na noite de sábado, na região central de Santa Maria.
A reclamação da demora no atendimento foi relatada por, pelo menos, 4 leitores do Diário após a publicação da reportagem sobre o latrocínio (roubo com morte).
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Segundo o comandante do 1ª Regimento de Polícia Montada (RPMon) Brigada Militar, tenente-coronel Erivelto Hernandes Rodrigues, o atendimento e transporte de vítimas sempre deverão ser por equipe técnica.
Além do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) , o Corpo de Bombeiros teria condições de prestar atendimento técnico à vítima. Conforme o comandante do 4ª Batalhão de Bombeiros, tenente-coronel Nilton Camargo, a sala de operações da corporação foi informada por populares de que o atendimento do Samu estava demorando, mas a viatura de resgate para fazer o atendimento estava em manutenção.
De acordo com Camargo, na última sexta-feira, o veículo apresentou problemas e aguardava uma peça que viria de Porto Alegre para o conserto. Os bombeiros iriam pedir apoio à BM, mas ouviram que o Samu já estava chegando ao local.
- Geralmente, quem chega primeiro faz o atendimento da vítima e desloca para o hospital. Dispomos da mesma qualificação do pessoal do Samu, mas como a viatura de resgate estava estragada não havia socorristas escalados para o atendimento naquele período - explicou o comandante.
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O responsável técnico pelo Samu Santa Maria, o enfermeiro Thiago Palhares Severo, afirmou que o tempo de acionamento da equipe até o local do crime foi de 9 minutos. Conforme Severo, o tempo total entre a primeira chamada, que cai na Central de Regulamento em Porto Alegre, até a chegada da equipe só poderia ser informado pela própria central. O Diário tentou contato com a central para obter detalhes do boletim de atendimento, mas, até o momento, não obteve informações.
De acordo com o responsável técnico local, por conta do local do ferimento, mesmo que o corpo fosse removido pela população, a vítima não resistiria. Ele também informou que a recomendação para pessoas que se deparem com este tipo de ferimento é que aguardem atendimento do serviço de saúde no local. Segundo ele, se a vítima estivesse com a faca, a remoção por uma pessoa leiga poderia agravar a lesão.
- Só teremos resposta definitiva sobre isso com o laudo da necropsia, mas, pelo que sabemos, a paciente foi vítima de trauma grave na região próxima ao esterno, e, provavelmente, teve lesão perto do coração para ter levado ao óbito tão rápido. Não teria como salvar essa paciente, mesmo que a ambulância tivesse levado 30 segundos - avalia Severo.
Ainda de acordo com Severo, quando o médico do Samu chegou ao local do crime, a Brigada já havia informado que Nicoli estava sem vida.
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