tensão

Santa-mariense relata como foi a madrugada em Criciúma

Roberto Espírito Santo

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Arquivo pessoal

O assalto cinematográfico a uma agência bancária de Criciúma no final da noite da segunda e durante a madrugada desta terça-feira foi acompanhado de perto pelo santa-mariense Maiquel Machado (foto), jornalista que vive há cinco anos no litoral sul catarinense. Ele relata momentos de tensão mesmo estando a cinco quilômetros dos fatos. Homens fortemente armados atacaram a tesouraria do Banco do Brasil com explosivos, dispararam várias vezes com armamento pesado, atearam fogo, bloquearam ruas e também os acessos à cidade, além de usar reféns como escudos. Informações extraoficiais dão conta que foram levados do banco R$ 40 milhões. Deste montante, R$ 810 mil já teriam sido recuperados pela polícia.

A ação foi inédita no Estado, conforme o delegado Anselmo Cruz, da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais de Santa Catarina. Inédito também para o santa-mariense Maiquel Machado, do Portal Litoral Sul e do site Bairros Criciúma.

- A gente vem para um lugar em busca de qualidade de vida, de mais segurança e se vê numa situação destas - diz Maiquel sobre a  ironia do momento vivido durante a longa madrugada.

Ele relata que estava em casa sozinho com os dois filhos. A esposa, que atua na linha de frente do combate a Covid-19, é técnica em Enfermagem no hospital da Unimed e estava trabalhando. Ela ligou à 00h10 da madrugada de segunda-feira e disse para ele fechar bem o portão da casa "porque a cidade estava tomada pelos bandidos". O hospital fica a uma quadra do Batalhão da Polícia Militar que atua em seis municípios da região, explica Maiquel. A essa altura, o jornalista já procurava confirmar as informações que tinha com as fontes oficiais e postar nos sites.

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A outra fonte era a Rádio Eldorado, que já finalizava seu programa de notícias policiais no final da noite. Mas seguiu com a programação até por volta da 1h da manhã da terça-feira, quando uma ligação telefônica anônima "ordenou" encerrar a transmissão, senão a rádio seria atacada. A partir deste momento, relatos, imagens, áudios e informações desencontradas eram obtidas somente pelas redes sociais, diz Maiquel. O centro da cidade ficou sitiado pela bandidagem. Imagens mostraram os criminosos com metralhadoras e fuzis.

Por volta das 1h30min, o grupo finalizou a ação, com rajadas de tiros pelas ruas centrais de Criciúma, com vitrines quebradas, restos de cartuchos pelo chão, ruas bloqueadas e muito terror durante a madrugada. A partir das 2h30min, começou a boataria nas redes sociais. Uma informação que não se confirmou posteriormente, preocupou Maiquel: que os bandidos iriam atacar o presídio local para liberar alguns comparsas. A esta altura muitas pessoas foram para o centro fazer imagens e buscar informações. Outras até pegaram algumas notas de dinheiro deixadas pelo caminho. Foram então detidas pela polícia para averiguações.

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Maiquel relata que os assaltantes fizeram ações coordenadas, primeiro ateando fogo em um caminhão em frente ao quartel da Polícia Militar para dificultar o trabalho policial. Depois, incendiaram outro caminhão na entrada do túnel Formigão, na BR-101, próximo a cidade de Tubarão, impossibilitando o acesso da polícia de Florianópolis à região. Os 10 carros usados na ação só foram localizados por volta das 6h30 da manhã de segunda-feira, em um milharal, na localidade de Nova Veneza, há 18Km de Criciúma.

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