Foto: Vinicius Becker (Diário)
Voltado para capacitar profissionais de diversas áreas, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) abriu na última semana as inscrições para o curso gratuito de pós-graduação lato sensu em Mudanças Climáticas. A especialização é na modalidade Educação a Distância (EAD) ofertado junto com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). As inscrições seguem abertas até 25 de agosto. A previsão é de que as aulas comecem em 6 de outubro.
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A ideia da especialização surgiu ainda antes das enchentes registradas em 2024, mas após o período das chuvas intensas em setembro de 2023. Segundo a professora dos cursos de graduação e pós-graduação em Meteorologia da UFSM, Nathalie Boiaski, a candidatura no edital da Capes foi motivada pelo evento:
– Inicialmente, quando pensamos nesse curso, nós procuramos muito atender uma demanda dos professores da rede básica. Muitos professores procuraram o curso por conta da apreensão e até mesmo traumas de alguns alunos que passaram por dificuldades nas enchentes – explica.
No entanto, com a dimensão de novos eventos em 2024, foi percebida a necessidade de capacitar outros profissionais, além dos professores da rede básica de ensino, a proposta inicial:
– Decidimos então abrir para mais profissionais. Por mais que as mudanças climáticas nasçam de um problema que envolve a meteorologia, porque é um problema físico e químico da atmosfera, depois eles vão impactar a sociedade em todas as escalas.

Disciplinas e carga horária
O curso tem 360 horas e duração de 18 meses (três semestres). Os dois primeiros semestres serão focados nas disciplinas. Serão 150 vagas ofertas no total em diferentes polos:
- Novo Hamburgo
- Restinga Sêca
- Agudo
- São João do Polêsine
- Sobradinho
As inscrições vão até próximo do fim do mês, 25 de agosto, e são feitas de forma online.
Já que o curso teve ampliação de público-alvo para inscrição, as disciplinas também foram pensadas nesse sentido. Segundo a professora, as atividades devem envolver políticas públicas, mitigação, resiliência, questões voltadas a problemas econômicos, saúde, agricultura, entre outros:
– Temos todo um panorama de ações e atividades que podem ser aplicadas para cada um dos setores (do candidato). Pensamos também como quase de caráter de extensão. É nesse momento que a universidade abre as portas e vai para outras regiões. A gente quer que essas regiões se desenvolvam e evoluam.
O aluno deve desenvolver um projeto final para apresentar. Nesse sentido, a expectativa é de que os projetos sejam diversos, que abranjam a área de atuação de cada profissional.

Escolha da EAD
Segundo Nathalie, a escolha da Educação a Distância foi estrategicamente pensada, visto a possibilidade de abranger mais pessoas:
– A possibilidade de ter um curso na modalidade a distância permite que a gente atinja pessoas de diferentes localidades. Queremos poder levar os assuntos estudados a mais pessoas. A mudança climática é global. Os cinco polos de escolha também são estratégicos, mas também sabemos que muitas pessoas foram atingidas, para além das que estão com os polos contemplados, digamos assim. Esperamos futuramente ampliar um pouco mais – completa a professora.