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Neste verão, fiscalização será ainda mais rigorosa contra aglomerações em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: João Alves (Prefeitura de Santa Maria)

Os últimos quatro dias foram marcados por cenas de aglomerações e, até mesmo, festas clandestinas com cerca de 400 pessoas em Santa Maria. Da noite de quinta-feira até a madrugada de domingo, equipes da Fiscalização Integrada Municipal dispersaram aglomerados de pessoas em pelo menos oito bairro da cidade.

Nesta segunda-feira, o prefeito Jorge Pozzobom publicou um texto nas redes sociais falando do momento delicado que a cidade se encontra, entrando em bandeira vermelha, a partir desta terça. Ele ainda cita uma da festa clandestina que ocorreu em uma fazenda na localidade de Passo do Arenal, na madrugada de domingo, e pediu que as pessoas colaborem evitando aglomerações e que quem veja denuncie.

Conforme a controladora-geral do município, Carolina Lisowski, desde o início de dezembro, com a elevação da temperatura, houve um aumento de fiscalizações com o apoio da Brigada Militar (BM), já que o controle de pessoas físicas que se aglomeram é feito pela BM:

- Além de denúncias, nós também trabalhamos com informações do setor de inteligência e o monitoramento das redes sociais. Pois quando ficamos sabendo da organização de uma possível festa, já entramos em contato com o organizador para informá-lo da proibição de aglomerações devido à pandemia.

Mesmo assim, Carolina explica que equipes da fiscalização e da BM vão até o local certificar-se de que a reunião entre várias pessoas não ocorreu. Que foi o que aconteceu na madrugada do último domingo, quando uma festa clandestina com mais de 400 pessoas foi dispersada em uma fazenda na localidade de Passo do Arenal.

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RESPONSABILIDADE
Para o médico epidemiologista da Vigilância em Saúde, Marcos Lobato, se expor em grandes aglomerações torna as pessoas mais suscetíveis ao contágio do coronavírus, por isso a importância de seguir os protocolos de segurança e evitar a transmissão. 

- Se apenas uma pessoa estiver com o vírus, dezenas de pessoas podem ser infectadas. E em uma festa essa chance aumenta, já que com a música a tendência é que se fale mais alto e com isso nós expelimos mais gotículas de saliva.

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É em uma festa, que Lobato conta que as pessoas tendem a relaxar com os cuidados de higiene. Com a ingestão de bebida alcoólica, o comportamento tende a mudar e com isso, deixam a máscara de lado e acabam por ter aquele contato com apertos de mãos, beijos e abraços - o que tanto os especialistas na área da saúde alertam que precisa ser evitado.

- Depois do Natal e do Ano Novo, nós esperávamos um grande aumento de casos, mas felizmente esse aumento não foi tão elevado. Talvez porque a gente tenha orientado e alertado as pessoas da importância de evitar o contágio e não se aglomerar, e seguimos fazendo isso para conscientizar as pessoas da importância de frear a Covid-19.

ATITUDES COMPORTAMENTAIS
Referente ao comportamento das pessoas de não seguirem as orientações e gerar aglomerações, o sociólogo Marcio Felipe Salles Medeiros explica que é preciso analisar duas vertentes a partir dos grupos sociais. 

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Para quem está na faixa etária em torno dos 14 e 22 anos, Medeiros explica que é um período da vida de desenvolvimento social, quando há uma demanda por socialização muito grande. Por consequência desse autoconhecimento, o fato do isolamento social que a pandemia está causando, gera uma profunda angústia nessas pessoas:

- Esse é um período da vida em que descobre muita coisa, no ponto de vista humano. É quando há muitas primeiras experiências do desenvolvimento do ser humano. Por isso para esses grupos ouvir que é preciso ficar afastados e manter o distanciamento é muito difícil. Há um certo nível de imposição, por isso a tendência é de aglomerar. Isso é uma característica da idade deles. 

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Já quando se pensa no grupo da faixa etária dos 30 anos, o sociólogo conta que a demanda de socialização, embora também exista, já não é tão forte quanto nos mais jovens. Mas, entra outros fatores como a questão de cansaço de não poder fazer aglomerações por causa do coronavírus.

- Existe a questão de uma negação da pandemia, de negar a situação sanitária que a gente está e a situação do perigo da doença. Com isso, as pessoas começam a ignorar a gravidade da pandemia e trazer uma normalidade que não existe agindo como agiam antes. E é então que começa todos esses problemas, de lotação de hospitais e aumento na curva de contaminação - diz Medeiros. 

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