caso betânia

Acusado de matar bancária a tiros vai a júri popular nesta quarta-feira

Camila Gonçalves

Foto: Jean Pimentel (arquivo/ Diário)
Edelmir Luiz Miolo vai a júri popular nesta quarta-feira

Cinco anos depois do assassinato da bancária Betania Furlan Miolo, 33 anos, ocorre, nesta quarta-feira, o julgamento do caso. O comerciante Eldemir Luiz Miolo, 41 anos, então marido da vítima, é acusado de matar a esposa a tiros por não aceitar o fim do relacionamento. O casal tem dois filhos, um menino de 11 anos e uma jovem de 18, que estão sob a guarda da avó materna. 

O júri será às 10h, no Salão do Júri do Fórum de Santa Maria. A sessão será presidida pelo juiz da 1ª Vara Criminal, Ulysses Fonseca Louzada. Miolo deve falar pela primeira vez sobre o caso. O Ministério Público também pediu à Justiça que sejam reproduzidos vídeos dos depoimentos de testemunhas ouvidas no decorrer do processo, incluindo um vizinho que viu o crime. 

No dia do assassinato, após o fato, Miolo tentou tirar a própria vida com os cacos de uma lâmpada enquanto estava em uma cela na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA). Ele passou por cirurgia e, após, foi encaminhado à Penitenciária Estadual de Santa Maria, mas, cerca de um mês depois, obteve o direito de responder em liberdade. A decisão, na época, foi motivo de protestos de familiares e amigos da bancária. Ele responde por homicídio duplamente qualificado: por motivo fútil, por matar ao não concordar com a separação; e recurso que dificultou a defesa da vítima, por ter feito uso de arma de fogo.

Segundo o advogado da família da vítima, Guilherme Motta, um dos assistentes de acusação no caso, a estratégia da acusação é buscar a condenação com as qualificadoras atribuídas pelo juiz na sentença que determinou o julgamento de Miolo pelo Tribunal do Júri.

- Um crime como esse deve ser punido com a gravidade máxima do Código Penal. Esperamos que os jurados deem uma resposta adequada para a sociedade de Santa Maria - disse Motta.

Já o advogado de defesa do réu, Bruno Seligman de Menezes, disse que vai atuar com respeito às dores das famílias, mas que vai tentar afastar as qualificadoras do crime.

- É um processo delicado porque trouxe dores para várias famílias. Faremos uma análise técnica em cima da prova para tentar fazer com que a verdade prevaleça dentro do que foi produzido. Nós entendemos que, embora o fato não seja contestado, pois houve testemunhas presenciais, há algumas imputações excessivas - adiantou o advogado.

De acordo com o irmão de Betania, Marcelo Furlan, familiares e amigos da bancária farão uma manifestação em frente ao Fórum a partir das 9h de hoje. Eles levarão faixas e cartazes para pedir justiça no veredito.

O CASO
O crime aconteceu no dia 7 de setembro de 2013, em frente à residência onde o casal morava, na ERS-509 (Faixa Velha de Camobi). A necropsia apontou que Betania foi atingida por um tiro no braço e, depois, já caída, foi alvejada por outros quatro disparos na cabeça. Na época, o crime foi considerado homicídio qualificado, mas não por feminicídio, já que a lei que enquadra mortes por condição de gênero, não existia.

Betania havia ido levar o filho, na época com 6 anos, na casa da sogra, que morava nos fundos do prédio. Eldemir a aguardava em frente à residência e, depois de uma discussão, ele teria tentado obrigá-la a entrar no carro dele. Um vizinho teria ouvido a discussão e os gritos de socorro de Betania, mas foi alertado por Eldemir a não interferir. Foi, aí, que ele disparou um tiro que acertou o abdome de Betania. Depois disso, ainda atirou quatro vezes atingindo a cabeça da ex-mulher.


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