VÍDEO: Dia Nacional do Surdo é celebrado em meio a pedidos de acessibilidade

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Educador físico Jeferson Miranda, formado pela UFSM, trabalha no Ensino Municipal de Santa Maria

Em 26 de setembro de 1857, ocorreu a fundação do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), no Rio de Janeiro. Em 2008, essa mesma data passou a ser considerada como o Dia Nacional do Surdo. O principal objetivo desta mensão é desenvolver a reflexão a respeito dos direitos e inclusão das pessoas com deficiência auditiva na sociedade.

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É importante lembrar, ainda, que uma das principais conquistas da comunidade surda ocorreu em 2002, com a oficialização do reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

A obrigatoriedade do ensino de Libras na formação de professores, no ensino bilíngue para crianças com deficiência auditiva e presença de intérprete de Libras nos órgãos públicos abriu espaço para que essa comunicação se tornasse cada vez mais possível na comunidade. Além do mais, a maioria dos cursos superiores do Brasil prevê Libras na base curricular.

O educador físico Jeferson Miranda, 58 anos, convive com a surdez desde o nascimento. Mesmo com desafios, como a dificuldade de aprendizagem quando criança e jovem, e sem acessibilidade na escola, ele não desistiu de estudar.

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Jeferson entrou na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) antes de 2002, quando não se exigia intérpretes de Libras nas salas de aula e a oralização era mais exigida: 

- Tive intérprete depois de certo tempo, graças à luta da comunidade surda. Essa lei é importante porque, com ela, o surdo constrói a própria identidade.

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No entanto, o educador físico ainda sente falta de intérpretes na programação da televisão, como nos noticiários.

- A prefeitura tem contrato de acessibilidade, mas não dá conta da demanda. Apenas um intérprete trabalha nesta área - conta ele, por meio da línguas de sinais.

Outra falta neste cenário, segundo Jeferson, são inovações tecnológicas, como o aplicativo Icom, da Associação dos Amigos Metroviários dos Excepcionais (AME). Nele, todo surdo pode solicitar, em tempo real, um intérprete, que o auxiliará em consultas médicas, entre outros compromissos: 

- Precisamos de acessibilidade. Em nossa entrevista, por exemplo, o intérprete foi essencial, assim como na educação e em todos os outros âmbitos da sociedade - explica Jeferson.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">O educador físico ainda destaca, com entusiasmo, que, no ano que vem, ocorrerão as Surdolimpíadas, sediadas no Brasil, em Caxias do Sul (RS), realizadas pelo Comitê Internacional de Esportes para Surdos (ICSD).

Fátima Monteiro Tavares, diretora da Escola Estadual de Educação Especial Dr. Reinaldo Fernando Coser, de Santa Maria, destaca os vagarosos, mas constantes avanços da comunidade surda na conquista de direitos: 

- A luta dos surdos e ouvintes que apoiam estas causas tem tido efeito. Com isso, mais pessoas têm acesso ao aprendizado da Libras, por exemplo.

Para ela, a criação e conservação da escola é um avanço significativo na cidade: 

- A cada ano, temos de comprova que existimos e que não podemos parar - comenta.

Na Semana do Surdo, a escola promoveu programações online especiais para alunos e familiares. Neste sábado, a partir das 10h, integrantes da comunidade surda de Santa Maria darão relatos de experiências pessoais em videochamada pelo Gooogle Meet, no link https://meet.google.com/nwa-nzae-etx, a partir das 10h. Todos são ex-alunos que, hoje, trabalham na escola.