Moraes diz que STF vai ignorar sanções dos EUA e manterá julgamentos do 8 de janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira (1º) que a Corte irá ignorar as sanções aplicadas contra ele pelo governo dos Estados Unidos e que os ritos processuais seguirão normalmente. A declaração foi a primeira manifestação pública do ministro após a inclusão de seu nome na lista de sancionados pela Lei Magnitsky.

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O pronunciamento ocorreu durante a cerimônia de abertura do segundo semestre do Judiciário. Moraes, que é o relator dos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus acusados de envolvimento em uma trama golpista, garantiu que os julgamentos continuarão.

– Esta Corte vem, e continuará realizando sua missão Constitucional. Em especial, neste segundo semestre, realizará os julgamentos e as conclusões dos quatro núcleos das importantes ações penais relacionadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro - afirmou o ministro.

Durante a fala, Moraes agradeceu o apoio que recebeu do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, e do ministro Gilmar Mendes.

As sanções e as reações

No início da semana, o governo dos Estados Unidos anunciou sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, que prevê o bloqueio de bens e a proibição de transações financeiras para estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção. Moraes é o primeiro brasileiro a ser alvo da legislação.

A medida gerou forte reação no Brasil. O presidente Lula emitiu uma nota de repúdio à ação do governo Trump e tem se reunido com membros do STF. Além do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, políticos como o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também se manifestaram em apoio a Moraes