Após Brumadinho, observatório será criado para acompanhar processos que tratam de tragédias no país

da redação

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, anunciaram, nesta quinta-feira, a criação de um observatório para acompanhar processos sobres grandes tragédias. Toffoli reconheceu que o Judiciário falhou ao não dar respostas céleres nos processos que apuram as responsabilidades de recentes tragédias ocorridas no Brasil e pediu desculpas à população.

Segundo o ministro, o observatório será composto por integrantes dos conselhos, que vão acompanhar o andamento de processos que tratam questões ambientais e econômicas de grande complexidade. Toffoli citou o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, também em Minas Gerais, em 2015, e o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, em 2013. Até o momento, os principais acusados não foram julgados nos dois casos.

Após o anúncio, a Associação de Vítimas e Familiares da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) emitiu uma nota saudando a iniciativa de Raquel Dodge e de Dias Tofolli. "É imprescindível que essa esfera de investigação inclua os agentes públicos responsáveis, pois isso é fundamental para impedir a repetição das tragédias", destaca um trecho. 

Veja, na íntegra, a nota da AVTSM:

A AVTSM - Associação de Vítimas e Familiares da Tragédia de Santa Maria, criada em razão do massacre de 242 jovens e pelos 630 sobreviventes com sequelas irreversíveis, que ocorrera há mais de seis anos e que até hoje luta por justiça, vem a público saudar a iniciativa da Procuradora Geral de Justiça, Dra. Raquel Dodge e do Presidente do STF, Ministro Dias Tofolli, em chamar para si a responsabilidade pela investigação dos particulares e dos agentes públicos envolvidos e a reparação às vítimas de grandes tragédias ocorridas no Brasil. Lastimamos que tantas mortes tiveram que ocorrer para que tal ação fosse tomada e estendemos nossa solidariedade às vítimas e familiares de Brumadinho, Mariana e outras tragédias evitáveis. Ressaltamos que é imprescindível que essa esfera de investigação inclua os agentes públicos responsáveis, pois isso é fundamental para impedir a repetição desses desastres.

Ao mesmo tempo em que estaremos cobrando o andamento dessa ação, renovamos nossa esperança de que essa iniciativa realmente concretize a justiça e a punição dos responsáveis pela fatalidade da Boate Kiss, que levou nossos filhos, e pelas demais adversidades ocorridas, porque somente a justiça e o fim da impunidade trará paz às vítimas e impedirá que mais tragédias aconteçam.

110 VÍTIMAS
A Defesa Civil de Minas Gerais informou hoje que aumentou o número de mortos no desastre da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte. Pelo último balanço, são 110 mortos, 238 desaparecidos e 394 identificados. Dos mortos, 71 foram identificados por exames realizados pela Polícia Civil. Também há 108 desabrigados e seis pessoas hospitalizadas. 

*Com informações da Agência Brasil

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