O número de casos confirmados de dengue em Santa Maria subiu novamente. Agora, são 23 pessoas infectadas desde o início do ano. Na última semana, eram 17 confirmações. Outro índice que registrou aumento foi o número de casos em investigação: de 57 para 87 em apenas cinco dias. Apesar disso, o superintendente de Vigilância em Saúde do município, Alexandre Streb, garante que ainda não é um momento de preocupação:
- Avaliamos que a situação está sob controle. Temos surtos localizados em alguns bairros, mas não temos ainda uma situação que nos assuste. Nesse contexto de ameaça, temos intensificado nosso trabalho de vigilância, fazendo a visita em locais com casos confirmados - explica.
Com 130 pessoas acolhidas, Lar das Vovozinhas participa da Campanha de Imposto Solidário
Essa visita não é restrita à residência reagente, como é denominado o local com pessoas positivas para dengue, mas, se estende também para um raio de 150 metros. Assim, todos os moradores que vivem no mesmo quarteirão recebem a fiscalização dos agentes de endemia.
O trabalho, que é feito diariamente, inclui coleta de larvas, remoção física, tratamento químico e orientações à comunidade. A rota percorrida é determinada por um levantamento que aponta espaços com infestação do mosquito aedes aegypti. Além disso, a vigilância realiza fiscalização a cada 15 dias em pontos considerados estratégicos, como sucatas, borracharias e floriculturas.
Além da dengue, dois casos de zika e um de chikungunya estão em investigação na cidade. As três doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito.
REGIÃO OESTE
A maioria dos casos confirmados se concentra na zona oeste da cidade, nos bairros Pinheiro Machado, Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek.
O aumento de infecções virais nestes locais tem preocupado os moradores. A aposentada Gilceia da Silva Rodrigues, 40 anos, relata que, apesar dos cuidados, a família teve dengue e procurou o Pronto-Atendimento (PA) em função dos sintomas fortes.
- Nós temos todo o cuidado dentro de casa, mas (aqui no bairro) tem bastante terreno baldio e água parada. Tenho muitas plantas e tirei todos os pratos. O pessoal tem que ajudar e fazer sua parte, porque só nós não vamos dar conta. Aqui em casa, eu fui a primeira a ter dengue. Tive Covid também, só que a dengue foi muito pior, porque te deixa sem força para nada. Eu, meu marido e minha mãe, que é idosa, tivemos que ir duas vezes no PA - conta Gilceia.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Agentes da vigilância em saúde do município realizam coleta de larvas do mosquito aedes aegypti no bairro Juscelino Kubitschek
INTERNAÇÕES
Desde o início do ano, três pessoas foram internadas com dengue, mas todas já receberam alta. Até o momento, nenhum caso é considerado grave, com registro de hemorragias ou óbitos.
SINTOMAS
A infecção pode ser leve, de forma assintomática, ou grave, levando à morte. Os sintomas geralmente começam com febre alta (entre 39°C a 40°C) acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.
Corpo de homem desaparecido no Rio Jacuí é encontrado pelos bombeiros
A orientação é que pessoas com sintomas procurem a unidade básica de saúde mais próxima.
DENÚNCIA
As denúncias de locais públicos com água parada devem ser encaminhadas para o número (55) 3921-7159 ou pelo site da prefeitura.
CUIDADOS
Para prevenir dengue, zika e chikungunya é preciso ter alguns cuidados:
- Manter a caixa d'água sempre fechada
- Encher potes e vasos de plantas com areia até a borda
- Não deixar água da chuva acumulada
- Manter tampado tonéis e recipientes
- Higienizar piscinas, principalmente as de plástico
*Laura Gomes