Diretora da Ascamed fala sobre evento que ocorre neste domingo, com o objetivo esclarecer o uso medicinal da Cannabis

20/10/2023 19:00
Atualizado em: 20/10/2023 19:38

Foto: Reprodução

Julia Silvester (à dir.), em entrevista ao Jornal do Diário, apresentado por Kellen Caldas (à esq.)

Neste domingo (22), o Left Rock Bar será o ponto de encontro do evento intitulado "Santa Maria: Entendendo a Cannabis". Com a participação de especialistas, o evento tem o propósito de debater os avanços, desafios e potenciais benefícios da Cannabis Terapêutica. A psicóloga e diretora social da Associação Canabica Medicinal (Ascamed) Julia Silvester, em entrevista ao Jornal do Diário, na noite desta sexta-feira (20), falou sobre o evento.

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A associação conta, atualmente, com mais de 300 associados e atende pessoas de todo o Brasil, além de animas de estimação também. Julia Silvester reforçou que o objetivo é promover um momento de esclarecimento para a população:

– Sabemos que esse assunto ainda é um tabu dentro da nossa sociedade, pois estamos falando de uma planta que não é regulamentada e é vista somente como uma droga. Então a ideia é dialogar com a população e esclarecer qualquer dúvida.

O encontro contará com mesas de debate, tendo a participação de palestrantes que atuam dentro da área de estudo dessa planta medicinal, são eles: o deputado estadual Leonel Radde, o representante da Associação Cannabica Medicinal Matheus Hampel, Carolina Costa abordando a ancestralidade da planta, enquanto Eduarda Pase e Ana Claudia Brust falarão sobre ações judiciais que tramitam no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Superior Tribunal Federal (STF) sobre o assunto.

Além disso, os psicólogos Lucas Motta e Júlia Silvester vão discutir sobre aspectos terapêuticos da planta e, por fim, os médicos Matheus Dzieva e Valéria Zorzi falarão sobre a aplicação médica da Cannabis. Além das discussões interativas sobre o tema, o evento também contará com a discotecagem de Edson Kah no local.

O medicamento pode ser usado de diversas formas como óleo, supositório, spray nasal, pomada, entre outros. Para ter acesso a ele, é necessário que seja receitado por um médico. O ideal também, segundo a psicológa, é que seja uma orientação de um profissional da saúde que estude esse assunto, pois assim saberá indicar a melhor forma de usá-lo:

– Para adquirir, aqui no Brasil, qualquer medicamento feito da Cannabis, isso se dá de três formas: importando, adquirindo na farmácia ou nas associações.

E qual o público que procura esse tipo de tratamento? Julia explica que ele é bem variado, sendo 80% do Rio Grande do Sul e 20% de outros lugares do país, de todas as faixas etárias.

– Já existe comprovação de que a maconha pode ser a primeira opção de tratamento para várias doenças. Mas normalmente, o público que nos procura são pessoas que já esgotaram todas as possibilidades e acreditam que essa seja a última alternativa. Isso também é mais um assunto que vamos debater no fim de semana.