Desníveis, trincas e buracos: como estão os acessos a Santa Maria pela BR-158

Foto: Laura Gomes (Diário)

A condição atual da BR-158, que tem dois acessos a Santa Maria, é alvo de reclamações de motoristas que trafegam pela via. O problema, contudo, não é novo. Apesar de melhorias pontuais em trechos da rodovia, o relato dos usuários é que, em pouco tempo após o término do serviço, o asfalto volta a apresentar deterioração, o que causa insegurança e danos materiais. O Diário percorreu os trechos da BR-158 de Santa Maria em direção a Júlio de Castilhos e a Rosário do Sul para verificar como estão essas estradas em que circulam cerca de 5,8 mil veículos por dia.

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A BR-158 percorre todo o país, com início em Altamira, no Pará, e término em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. No Estado gaúcho, mais especificamente em Santa Maria, além dos trechos que dão acesso à cidade, a via também percorre o município, entre o trevo do Castelinho e a Avenida Walter Jobim. Este trecho, inclusive, é o sétimo em número de acidentes no RS.

Vários fatores podem influenciar no estado das rodovias, sendo que as estruturas têm características de construção e utilização distintas. Dentre alguns pontos que podem explicar problemas no asfalto estão tempo de vida do pavimento, condições climáticas, tráfego de veículos leves e pesados, além de aspectos relacionados à execução da via, tipo de pavimentação e falta de manutenção.

A condição da BR-158 entre Santa Maria e Rosário do Sul

Em direção a Rosário do Sul, é possível observar que os buracos no início da via foram tapados recentemente, mas em outros trechos ainda há alguns abertos. Na distância percorrida pelo Diário, em torno de 40 km, além dos remendos, também há fissuras no asfalto. Trabalhadores que têm empresas na beira da estrada relatam que, cada vez mais, a BR-158 está se desgastando sem que ocorra uma manutenção constante.

Foto: Laura Gomes (Diário)

O proprietário de uma borracharia neste trecho da rodovia, Willian Stribe, 23 anos, conta que recebe com frequência demandas para conserto de veículos em razão da estrada:

– Entre 20% a 30% dos pedidos que chegam na borracharia são devido à condição do asfalto, como roda amassada e pneu rasgado. Dependendo do tipo de problema, alguns clientes têm poucos gastos, mas outros gastam bastante, se perder o pneu, por exemplo. É difícil dirigir tranquilo por causa do estado do asfalto, tem trechos que é preciso ir na contramão, o que gera insegurança, além de desgaste no carro – diz Stribe.

Quem está diariamente neste trecho da BR-158 também comenta que houve um aumento do fluxo de caminhões diante do bloqueio na ponte do Arroio Bossoroca, na BR-290. Em função das enchentes, no mês de setembro, a estrutura foi danificada e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) interditou o local. A liberação de veículos leves foi feita em 26 de setembro, e, para caminhões e ônibus, na última terça-feira (3).

Foto: Laura Gomes (Diário)

O estado da BR-158 entre Santa Maria e Júlio de Castilhos

O bloqueio também teve reflexo no trecho da BR-158 que vai de Santa Maria em direção a Júlio de Castilhos. A via costuma ter tráfego intenso de veículos diariamente. Isso porque garante acesso ao noroeste do Estado e a municípios como Tupanciretã e Júlio de Castilhos, maiores produtores de soja da região, sendo uma rodovia-chave para o escoamento da safra. Motoristas afirmam que o movimento aumentou durante o período que foi utilizada como rota alternativa à BR-290. Enquanto o Diário transitava pelo espaço, de fato, muitos carros e caminhões passavam pela via. 

Logo na saída de Santa Maria, em direção a Itaara, há um bloqueio parcial porque a faixa da esquerda da rodovia está em obras. No trecho que está concluída a recuperação do pavimento, o asfalto está em boas condições de trafegabilidade. Uma outra equipe estava trabalhando em um local mais adiante tapando buracos na via.

Foto: Laura Gomes (Diário)

Desníveis, trincas e buracos se intensificam após Val de Serra. A partir deste ponto, é comum ver motoristas tentando desviar destas falhas na estrada. O agenciador de cargas, Régis Silveira Inácio, 57 anos, declara que está difícil trafegar em toda a extensão da BR-158 e que não há manutenção adequada na rodovia:

– Faz anos que está dessa maneira, eles largam um pouco de asfalto em cima para os caminhões passarem, mas vem a chuva e abre os buracos de novo. Fazem um serviço incompleto que não adianta, é cada panelão nesse asfalto que chega a dar pena dos motoristas de carros pequenos. Quando vou para Santa Maria, vejo uns quatro ou cinco na beira do asfalto arrumando pneu porque não tem como não detonar. Pagamos um monte de impostos, mas são só cobranças, sem retorno. A situação da nossa 158 aqui está horrível em todo trecho. Recentemente fui até Maravilha (SC) e até lá a estrada está ruim.

Foto: Laura Gomes (Diário)

Trabalhando há 28 anos na estrada, o caminhoneiro Luiz Carlos Simões, 52 anos, também faz críticas sobre o estado da BR-158:

– O trecho entre Cruz Alta e Santa Maria está totalmente péssimo, não tem condições quase de rodar. Quando pegamos buraco é roda torta, mola quebrada, pneu rebentado e caminhão quebrado. Os caminhoneiros passam trabalho nessa estrada. Várias vezes já tive problemas. Infelizmente, não temos apoio nessa rodovia. Eles recapam um pedaço ou tapam os buracos, chove e pode contar que vai estar tudo aberto de novo. Passo por Santa Maria, Porto Alegre, Rio Grande, Mato Grosso, mas a pior rodovia de todas é a BR-158.

O que diz o Dnit

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) se pronunciou por meio de nota. Confira na íntegra a declaração do órgão:

"O Dnit informa que na BR-158 a autarquia executa serviços de recuperação total da pista entre Santa Maria e Itaara. Além da recuperação do pavimento, está prevista a sinalização da rodovia. Entre Itaara e Júlio de Castilhos também está prevista a manutenção de pontos críticos da rodovia. As melhorias fazem parte do contrato vigente de manutenção e o valor pago é determinado pelo volume de serviço executado. 

Informamos, ainda, que o Departamento também notificou a empresa responsável pela manutenção, para dar início em outra frente de serviços de restauração da rodovia, atendendo o segmento entre Santa Maria e Rosário do Sul."

Foto: Laura Gomes (Diário)


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