"Não faltarão recursos para reparar os danos", diz Lula em reunião com autoridades em Santa Maria

Tayline Manganeli

Mauricio Tonetto / Secom

Além da chuva fraca, muita neblina quando o avião presidencial pousou, trazendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Janja e 10 ministros na manhã desta quinta-feira (2). Durante manifestação à imprensa, Lula afirmou que não faltarão recursos humanos e financeiros para reparar os danos causados pelas fortes chuvas que atingem o Estado desde a última segunda-feira (29). 

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Recebido pelo governador Eduardo Leite (PSDB) e pelo prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), Lula e a comitiva foram direto para a sala de comando da Base e se reuniram até 12h30min. Depois de fazer uma análise da situação crítica do Estado devido à enchente recorde e de definir medidas emergenciais e a médio prazo, foi feita uma coletiva de imprensa, com a sala lotada. 

Lula, Leite, Pozzobom e diversos ministros falaram, além do comandante do Exército, sobre as ações que serão feitas. Para Santa Maria, foi confirmada a antecipação de R$ 16 milhões para obras de proteção de encostas no Morro do Cechella, na Rua Canário, onde no dia anterior mãe e filha morreram soterradas por um deslizamento.

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Na fala à imprensa, Lula afirmou que não faltarão recursos humanos e financeiros para reparar os danos causados pelas fortes chuvas que atingem o Estado. Mas não divulgou valores.

​- Não vamos permitir, como não permitimos no Vale do Taquari, que falte recursos para reparar os danos pela chuva. O governo federal está 100% à disposição do Rio Grande do Sul para atender com material humano e recursos para reparar os prejuízos. No primeiro momento, temos que salvar vidas. No segundo, vamos fazer uma avaliação dos danos e, a partir disso, pensar em como encontrar dinheiro. Não faltará dinheiro para cuidar da saúde, transporte e alimentos - garantiu Lula.

Além do presidente, várias autoridades falaram, como o santa-mariense e ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta; o ministro de Estado dos Transportes, Renan Filho; o da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Goés, e a do Meio Ambiente, Marina Silva.


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Como informou o governador Eduardo Leite, o Rio Grande do Sul tinha 204 municípios com risco hidrológicos e mais de 150 pontes interrompidas. Por isso, um dos trabalhos da Sala de Situação estadual é a realização de georreferenciamento em 133 locais e a verificação de disponibilidade de voo em cada uma. Conforme Leite, as estratégias do Estado estão, inicialmente, voltadas para ações de salvamento:

– Nesse momento, o foco é no resgate das pessoas. Estamos alinhados nisso. A chuva ainda é torrencial, diferente do que aconteceu no ano passado, quando o tempo deu trégua para colocarmos aeronaves e fazer resgates. Dessa vez, não temos a mesma condição. O tempo atrapalha o voo das aeronaves e isso causa consequências muito graves, que ainda vão ser medidas. Tem pacientes que precisam hemodiálise e estão isolados. Tem problema de falta de alimentos em comunidades isoladas. Tem corpos que precisam ser levados para sepultamentos em comunidade inacessíveis.

A "Operação Taquari II", como foi nomeada a ação, será realizada em todo o Estado a partir do comando das forças armadas, segundo o general Hertz Pires, Comandante Militar do Sul. Com a projeção de aumento do nível dos rios, foi organizado um hospital de campanha, que será instalado ainda hoje no município de Lajeado. O local receberá 15 toneladas de materiais do estado do Rio de Janeiro e terá dois consultórios, uma emergência e 40 leitos de enfermaria. A capacidade, conforme Hertz, é que mais de 1,3 mil militares possam estar em campo nos próximos dias. Além disso, o general garantiu que o RS continuará recebendo apoio aéreo.

– Temos agora duas aeronaves da Base Aérea que estão atuando na região. Elas estão atendendo emergências no eixo Santa Maria, Agudo, Candelária e Sinimbu. Isso acontece a partir de um protocolo que parte da Defesa Civil do Município, passa pelo Estado e Governo Federal. 

Mauricio Tonetto / Secom

Além destas, outras seis aeronaves também estão realizando salvamentos em outros locais até o próximo domingo (05), como acrescentou o general Tomás Paiva, comandante do Exército. Conforme necessidade, o número poderá dobrar e chegar a 16 aeronaves. 

Ainda nesta manhã, o decreto de calamidade pública no Rio Grande do Sul foi reconhecido de forma sumária pelo Governo Federal, como afirmou Waldez Góes, ministro da Integração e Desenvolvimento Regional. O decreto destaca que o RS é atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade, sendo classificados como desastres de Nível III - de danos e prejuízos elevados.

Sobre a situação das rodovias, Renan Filho, ministro dos Transportes, garantiu que o ministério terá condições financeiras de realizar a recuperação:

– Primeiro esperamos a finalização das chuvas. Onde a estrutura de terra não foi abalada, em 48 horas, vamos remover a terra e liberar o fluxo. Em locais onde a estrutura foi levada, a expectativa é de liberar o fluxo entre sete e oito dias. Em outros locais, teremos que fazer um levantamento mais amplo, mas, em 30 dias estaremos com as obras definitivas em execução.

Além do prejuízo na área urbana, o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom explanou durante a reunião sobre a situação na área rural do município. Segundo ele, pelo menos 17 locais foram afetados. A sugestão de Pozzobom é que seja estabelecido um plano geral de recuperação da cidade, com prestação de contas para a comunidade. 


Comitiva presidencial que esteve em Santa Maria:

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República

Janja Lula da Silva, primeira-dama

Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil

Renan Filho, ministro dos Transportes

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança de Clima 

Waldez Góes, ministro da Integração e Desenvolvimento Regional

Jader Filho, ministro das Cidades

Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secom

Gen Ex Tomás, comandante do Exército

Wolnei Wolff Barreiros, cecretário Nacional de Proteção e Defesa Civil

Carlos Antônio Rocha de Barros, diretor executivo do DNIT

Edegar Pretto, presidente da Conab

Maj Brig do Ar Antonio Luiz Godoy Soares


*Colaborou: Letícia Klusener, Deni Zolin, Gilberto Ferreira. 




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