Exercícios físicos e depressão

Ainda que muitos de nós tenhamos a percepção da importância e do impacto dos exercícios físicos na saúde, sempre que a literatura médica demonstra a evidência disso e consolida essa percepção com novos dados científicos transforma a impressão em recomendação. Foi isso que um interessante estudo recentemente publicado na revista britânica BMJ demonstrou.


 
O transtorno depressivo é uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo. Reduz a satisfação pela vida, produz dívidas, divórcios e diabetes. Exacerba comorbidades, incluindo doenças cardíacas e câncer. Embora as pessoas com transtorno depressivo geralmente respondam bem aos medicamentos e psicoterapia, muitos são resistentes ao tratamento. Além disso, o acesso a esse tratamento para muitas pessoas com depressão é limitado.

 
O exercício pode, então, ser um complemento eficaz às drogas e à psicoterapia. Uma variedade de tipos de exercício de alta e baixa intensidade – caminhada ou corrida, ioga e treino de força – pode ajudar a tratar a depressão, de acordo com uma meta-análise dos resultados de 218 ensaios clínicos aleatorizados que envolveram mais de 14 mil pessoas. Os ensaios incluíram participantes de todas as idades com diferentes graus de depressão.

 
Os exercícios tendem a ser tão eficazes na redução da depressão quanto a terapia cognitivo-comportamental ou os medicamentos, embora a combinação de exercícios com antidepressivos tendesse a melhorar os sintomas mais do que medicação sozinha. Quanto mais intenso o treino, mais eficaz foi o controle da depressão, mas mesmo a atividade física de baixa intensidade ajudou. Com a palavra, o médico psiquiatra e colega de coluna Dr. Maurício Hoffmann.


Desafio permanente

Segundo o editorial do BMJ, para superar as barreiras sociais que impedem as pessoas de praticar exercício regularmente, os gestores públicos devem “fornecer recursos suficientes para tornar programas de exercício individualizados e supervisionados acessíveis a toda a população”.

 
E por acaso isso também não se aplicaria a uma diversidade de doenças crônicas? Hipertensão, diabete, obesidade, dislipidemia e outras? Aliás, principais causas de mortes entre os homens.

 
Há um ditado alemão que diz que “saúde não está na farmácia, mas na cozinha”. Eu acrescentaria, e “na academia”, mesmo que esta seja ao ar livre.


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Velhice e idade

Você já se perguntou em que idade a pessoa se transforma de fato em “velha”? Muitos rejeitam o qualificativo antes de uma determinada idade. Muitos acham que isso é quando atingimos os 65 anos ou outra idade “social”. A verdade é que a ciência descobriu que os primeiros processos de envelhecimento começam a aparecer aos 34 anos, e que seu auge, de fato, ocorre após os 78 anos.

 
Segundo pesquisadores da Universidade de Stanford nos EUA, o melhor jeito de contabilizar a velhice é a partir de diferentes níveis de proteínas presentes no sangue. Estudo publicado na Nature Medicine e realizado com mais de 4 mil pessoas, entre 18 e 95 anos e com análise de 3 mil proteínas, demonstrou que à medida que a idade avança os níveis de quase 400 delas vão baixando até não serem mais produzidas. 


E o mais interessante, o desenvolvimento a partir do estudo de um algoritmo que permite estimar o risco de cada órgão parar de funcionar. No futuro, isso permitirá correções precoces antes do surgimento de doenças melhorando a qualidade de vida de todos.

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