Para quem esperava alguma mudança, decepção é a palavra que melhor identifica a relação oficial de filiados a partidos políticos em Santa Maria, atualizada até maio, pelo Tribunal Superior Eleitoral. Talvez algum dado residual ainda apareça, e seja acolhido pelo Judiciário.
No entanto, são os números finais e sobretudo nomes. Quem estava filiado até esta data poderá concorrer em outubro. Do contrário, fica fora. Vale inclusive para as transferências, que tiveram limite cronológico em 2 de abril. E que, portanto, devem estar na listagem final, relativa a maio.
No geral, a modificação foi nenhuma. Quem era grande, continua grande, médio segue médio, pequeno também, minúsculo idem.
Tome-se, por exemplo, e aí já se terá uma ideia da quase nenhuma diferença, o número total de alistados a partido político. Eram 26.488 em abril, e são 26.496 em maio. Exatamente oito a mais. E nada além.
Novidade, novidade meeesmo, apenas uma e já esperada, pois vem do mês anterior. Sumiram da relação os falecidos DEM e PSL, e em seu lugar surgiu o União Brasil. Que ostenta exatos 1.545 devotos oficiais, três a menos que em abril.
Aliás, as outras mudanças numéricas individualizadas foram no limite do residual. Todos os dados que se mexeram foram mínimos. Quando não foram um ou dois a mais ou a menos, foi pouco mais que isso. A ponto de o PP ganhar 11 filiados e tornar-se recordista positivo (foi de 2.909 para 2.920) e o PT negativo, ao perder nove (de 6.822 caiu para 6.813). Quer dizer, pelo total que cada um possui, chega a ser próximo do nada.
A seguir o leitor tem, para fazer a própria avaliação, a relação completa dos partidos, do maior ao menor, no número de alistados oficiais, e que, em tese, compõe um hipotético (porque não se concretiza, na prática) exército de cabos eleitorais gratuitos no pleito de outubro. Entre parênteses, o número de abril.
- Os 11 maiores – PT – 6.813 (6.822); MDB – 3.556 (3.552); PP – 2.920 (2.909); PDT – 2.655 (1.655); PSDB – 2.153 (2.155); PTB – 1.894 (1.892); UB – 1.545 (1.548); PSB – 836 (837); Republicanos – 772 (772); PL – 696 (697); PSD – 638 (638)
- Os três médios – Cidadania 460 (458); PC do B – 350 (349); PSol – 331 (332)
- Os seis pequenos – Podemos – 131 (130); Novo – 110 (110), Solidariedade – 90 (90); PROS – 89 (89); PSC – 87 (88); DC – 77 (77)
- Os 11 minúsculos – PV – 60 (58); PMN – 54 (54); Rede – 52 (52); Avante – 34 (34); Agir – 32 (32); PSTU- 21 (21); PRTB – 14 (13); Patriota – 12 (12), PCB – 9 (8); PCO – 3 (3); UP – 2 (1).
Cidadania ligeiro e atuação além fronteiras do pedetista
DOIS NOMES. Não demorou uma semana, após o anúncio de que Carla Kowalski desistiu de disputar o pleito para a Assembleia, e o partido que ela própria preside em Santa Maria, o Cidadania, já anuncia não só um, mas uma dupla de substitutos.
Um dos pré-candidatos é João Victor Machado. Com 23 anos e líder da juventude do partido, tem formação em Administração pela UFSM e Técnico em Agropecuária pelo Instituto Federal Sul de Bagé. Atuou também, segundo material do partido, como Presidente Executivo da FEJERS (Federação das Empresas Juniores do Rio Grande do Sul (Fejers).
O outro concorrente do Cidadania ao parlamento gaúcho é Daniel de Ávila da Silva, 40 anos, microempreendedor. Ávila concorreu à vereança em 2018, pelo PSB, ficando na suplência. Conquistou, então, 713 votos. Está no partido desde 2019.
ALÉM FRONTEIRAS. Se é verdade que forasteiros candidatos, especialmente à Câmara dos Deputados, vêm a Santa Maria e apostam firme no cosmopolitismo político da boca do monte, não é menos verdade que, para deputado federal, quem é daqui também precisa buscar apoio noutras paragens.
É o caso do pedetista Paulo Burmann, que andou pela Fronteira Oeste na última semana, em atos políticos junto a apoiadores. E, o que é natural, por ter sido reitor da UFSM, chamam a atenção os contatos realizados junto a esse grupo específico da sociedade. Foi o que aconteceu em São Borja, por exemplo, assim como no noroeste do Estado.
No centro e à esquerda, últimas grandes indefinições ao Piratini

O deputado estadual Gabriel Souza, do MDB, neste sábado está em Santana do Livramento e Alegrete. Cidades de uma mesma região, mas nem tão próximas assim. Na sexta, cumpriu extenso roteiro na Boca do Monte, desde 7 da manhã, após ter participado de debate em Santiago, na noite anterior.
SETE NOMES
Há oito anos, quando, como agora, era só uma vaga, o Estado teve sete candidatos ao Senado. Curiosamente, se o quadro atual especulado for mantido, o número será o mesmo. E quem são os de hoje? Esses: Ana Amélia Lemos (PSD), Comandante Nádia (PP), Hamilton Mourão (Republicanos); José Ivo Sartori (MDB); Lasier Martins, que busca a reeleição (Podemos); Roberto Robaina (PSol); e Vicente Bogo (PSB).
AO PIRATINI…
Na eleição estadual de 2018, vencida pelo tucano Eduardo Leite – derrotando o emedebista José Ivo Sartori no segundo turno –, a disputa pelo Palácio Piratini contou com a participação de oito concorrentes. Aparentemente, houve maior concentração por conta das alianças programáticas havidas já no turno inicial. Se nada mudar, até as convenções de julho/agosto, o quadro agora será diferente.
…SÃO 11 NOMES
Com enroscos do centro à esquerda, como você viu nesta página, pode haver enxurrada de pretendentes. Ao menos 11, para ser preciso. São os seguintes, em ordem alfabética: Beto Albuquerque (PSB); Edegar Pretto (PT); Eduardo Leite (PSDB); Gabriel Souza (MDB); Luiz Carlos Heinze (PP); Onyx Lorenzoni (PL); Pedro Ruas (PSol); Rejane de Oliveira (PSTU); Ricardo Jobim (Novo), Roberto Argenta (PSC), e Vieira da Cunha (PDT).
UNHA E CARNE
Ainda que companheiros de sigla, até poucos anos atrás, Paulo Pimenta (foto) e Valdeci Oliveira eram de correntes internas diferentes. Isso mudou. Ambos fazem parte do mesmo (e majoritário) agrupamento no PT. Resultado objetivo? É só ver a pré-campanha para a Câmara e à Assembleia. Ambos, bem mais que em pleitos anteriores, são unha e carne, inclusive na propagação de seus nomes.
PARA FECHAR!
De todos os grandes partidos, a menos que algo extraordinário aconteça (e hoje impossível de ver), o único que correrá sozinho em outubro é o PDT. Depois de ficar a pé, com a desistência de Romildo Bolzan, o partido busca se empolgar com seu histórico militante Vieira da Cunha, que dará palanque no Rio Grande para as pretensões presidenciais da sigla, através de Ciro Gomes. Será suficiente? A ver!