
Nos primeiros quatro meses de 2022, o Rio Grande do Sul registrou queda nas taxas de homicídio. Em comparação ao ano anterior, houve uma redução de 3,5% no acumulado dos assassinatos, que passaram de 564 para 544. O mês de abril também apresenta uma redução nos índices. Neste período, o número de vítimas caiu 11,6%, de 129 em abril de 2021 para 114 em igual mês deste ano.
Os dados contabilizados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) são os menores desde 2006. A melhora no cenário do Estado ocorre após uma onda de crimes contra a vida registrados em março deste ano. Agora, a expectativa das autoridades é de que já no fechamento de maio o impacto da alta em março tenha sido anulado e a curva retome a sequência de quedas apresentada ao longo dos últimos três anos.
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Outro crime que também seguia em alta, mas, em abril, já registrou retração foi o feminicídio. No Estado, foram nove vítimas de assassinato por motivo de gênero, cinco a menos que as 14 de abril do ano passado. Isso representa baixa de 35,7%. Porém, o acumulado do ano até o momento ainda mantém as taxas de feminicídio deste ano maiores que em 2021.
Além destes, também foi observado queda nos indicadores de roubo a veículos e transporte coletivo, ataques a bancos e furto de gado (abigeato). Em contrapartida, os latrocínios não acompanham as estatísticas. O número de roubos com morte no mês passou de três, até abril de 2021, para seis neste ano. Apesar da elevação em abril, o acumulado de latrocínios desde janeiro se mantém na menor soma desde o início da série histórica, em 2002.
SANTA MARIA
Apesar da queda de homicídios no Rio Grande do Sul, Santa Maria não acompanha esta tendência. De 1º de janeiro até 30 de abril, aconteceram 27 assassinatos, 68,7% a mais do que no mesmo período no ano passado, quando houve 16.
Em 12 dias, maio já contabilizou cinco homicídios e o acumulado do ano passa para 32 mortes. Apenas nesta semana, um jovem foi executado na Vila Lorenzi e outro foi executado dentro de um bar no Centro da cidade. Se seguir no ritmo atual, com média de 6,7 homicídios por mês, Santa Maria corre o risco de fechar 2022 com recorde de 81 assassinatos. Até o momento, o maior número de homicídios é de 72, registrados em 2017.
As principais motivações para os crimes são o tráfico de drogas e a briga entre facções:
– Realmente, houve um aumento de homicídios. Principalmente por causa da guerra de facções. Há alguns membros de facções que foram soltos recentemente do sistema carcerário e estão em guerra por domínio de território ou rixas envolvendo o tráfico de drogas – afirma o tenente-coronel Paulo Antônio Flores de Oliveira, comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon).
Na mesma perspectiva, o delegado da Polícia Civil, Sandro Meinerz, explica que as tentativas de homicídio também preocupam e, assim como os crimes consumados, vêm crescendo desde dezembro de 2021:
– A pessoa que atenta contra a vida passa a ser a próxima vítima ou continua matando. Então, a tendência da nossa investigação é sempre coletar material probatório para que a gente possa prender o mais rápido possível esse indivíduo, tirando ele de circulação para que não continue com os crimes ou se transforme na próxima vítima de ações futuras.
Além dos homicídios, até abril deste ano, foram registrados 1.252 furtos, 922 casos de estelionato e 203 roubos em Santa Maria.
Até abril, Santa Maria registrou 27 homicídios: