
MIX – Como você organizou os assuntos que vai abordar nesse bate-papo pelo Brasil?
Luciano Szafir – Eu vou começar esse projeto com vocês, aí em Santa Maria. Existiu muita curiosidade, depois do processo que eu passei com a doença. Muito me foi perguntado sobre as mudanças que tudo isso me causou. Então, eu realmente parei, pensei e comecei a rever minha vida. O que vale a pena, o que não vale? Que ferramentas, instrumentos que usei quando eu estava no perrengue no hospital para continuar, sem abaixar a cabeça, sem cair. O que me mudou e como que eu fiz? O que eu fiz na minha cabeça para suportar a dor que eu estava sentindo e seguir em frente e não desistir? Isso tem gerado muita curiosidade. Algumas pessoas acabam se identificando, cada um com seu tipo de problema. O que vai mudar é a maneira que encaramos esses problemas e como a gente age em relação a eles. A partir daí, comecei a escrever algumas coisas, e vou começar com vocês.
MIX – Você foi diagnosticado com Covid-19 quantas vezes?
Luciano – Tive 5 diagnósticos. O terceiro que me derrubou. Eu trocava de máscara a cada três horas, tinha álcool em gel no carro, no bolso do paletó, na mochila, em todo lugar. Quando marcavam um almoço, eu não tirava a máscara. Comia antes ou depois. E isso é um mistério. Minha mulher ficou comigo o tempo todo e não pegou.
MIX – O que mudou na sua rotina após a recuperação da Covid-19 e o que permaneceu em seus hábitos?
Luciano – De prática, mudou quase tudo. A palavra da vez é paciência. A Covid-19 me deixou com algumas pequenas sequelas, chatas, mas administráveis. Então, meu dia começa levando as crianças para escola. Depois, fisioterapia. Faço dois tipos de fisioterapia: uma na piscina em 40ºC. Tem uma série de atividades que eu faço. Os esportes que eu sempre gostei de fazer, tive que abandonar por enquanto. Tenho que me cuidar e reestruturar minha parte física. Mental e profissionalmente, muita coisa mudou. Eu estou valorizando mais o tempo. Eu aprendi a dizer não. Então, eu escolhi alguns objetivos, algumas coisas que eu quero fazer e vou ficar só nelas. Não vou sair mais abrindo um leque de oportunidades. Chega um determinado momento do meu dia, largo o celular de lado, e falo: “não, agora cheguei em casa, agora é família”. Aí, antes de dormir, claro que a gente tem que estar antenado, e eu dou uma olhadinha. Pequenas coisas fazem uma grande diferença nos hábitos.
MIX – Vamos falar sobre o Luciano pai. Ao assumir um relacionamento com a apresentadora Xuxa, uma mulher famosa, independente e de sucesso, você encarou uma sociedade machista que muito a criticou, inclusive, na época, pela gravidez sem casamento. Você se demonstrou um homem seguro, afinal, não se intimidou com o sucesso da parceira, e respeitoso. Você passa essas questões aos seus filhos, David e Mikael, de 7 e 8 anos?
Luciano – A idade que eles estão é a idade que a gente define valores e caráter. Eu aprendo muito com a Luhanna (esposa) e também aprendi muito com a Xuxa. Naquela época (1997), a sociedade era muito machista, bem mais difícil. Hoje, isso está mudando. Estamos longe de ter chegado num ideal, mas as coisas estão diferentes e eu faço questão que meus filhos tratem todas as pessoas bem, pelo caráter e não pelo que elas têm. Acho que tudo mudou. Antes, meu pai era meu pai. Hoje é diferente. Hoje nós somos pais e amigos. Na minha época, era assim, “você não vai fazer e pronto”. Hoje em dia: “você não vai fazer e eu vou te explicar o porquê”. E a gente começa a conversar. Mas deixando claro que existe uma hierarquia aí.

MIX – O pai da Sasha é muito diferente do pai do David e do Mikael? Você mudou muito nesse tempo?
Luciano – A gente vai mudando a cada dia que passa, né? A gente vai enriquecendo com as experiências que vive. Mudei, mas a essência continua a mesma. Eu procurei dar uma educação rígida para Sassá (apelido de Sasha) e, ao mesmo tempo, com muito amor. Isso é uma coisa minha. Eu adoro crianças, mas eu fui criado com uma educação mais rígida. Então, ficou um meio termo bom. Com os meninos, também. Os tempos são outros. Tem coisas que eu não me preocupava antes e eu me preocupo hoje, mas a essência continua a mesma.
MIX – A Sasha nasceu com direito a matéria de 11 minutos no Jornal Nacional daquele 28 de julho de 1998. Como é a relação de vocês e dela com os irmãos mais novos?
Luciano – A minha filha nos ensinou bastante, ela cresceu, ela virou um ser humano maravilhoso, que se preocupa com o outro. Ela tem compaixão, é humilde. Eu sempre brinco com a Xuxa que ela pegou o nosso melhor e ficou para ela. E os meninos estão caminhando para esse mesmo caminho, graças a Deus. Ela tem uma vida muito corrida, né? Ela está recém-casada, tem a rotina dela profissionalmente, graças a Deus, muito ativa. E os meninos estão na escola. Estou morando em Campinas até por causa dela e da minha mãe. Eu ia morar em Florianópolis, mas eu vim para Campinas até por causa delas (filha e mãe). E eles são próximos e se dão muito bem. E é muito boa essa proximidade. Quando pode, ela dá uma escapada ou eu levo as crianças. A relação dos três é muito bonita.
MIX – Você está atuando como apresentador no Casa Szafir, todos os sábados, 13h30min, no SBT. Como é essa atração?
Luciano – O programa é diferente de tudo que você encontra por aí. Por exemplo, quem vai a um programa hoje, é convidado, vai lá, chega meia hora antes, quarenta minutos, faz a participação e vai embora. No Casa Szafir, não. Aqui o convidado passa o dia inteiro comigo. Então, a gente chega, bate um papo no sofá. Aí, descubro que comida ele gosta mais, se ele gosta de cozinhar…Se sim, a pessoa cozinha comigo, senão, eu chamo um chefe de cozinha para fazer algo. Depois, a gente vai almoçar na piscina. Então, o que acontece? A pessoa vai criando mais intimidade e geralmente são figuras que eu já conheço, já trabalhei ou admiro. Então, é o dia inteiro aqui em casa. Por isso, que a gente fala Casa Sazafir. Além disso, tem música e humor. Tem o Eduardo Martini que é um ator maravilhoso, que interpreta uma empregada muito desastrada.
MIX – O público do Rio Grande do Sul consegue assistir ao programa como?
Luciano – Os programas ficam disponíveis no nosso canal do YouTube, Casa Szafir, e também no Instagram. E tem o link para assistir ao vivo, mesmo quem não está na região de São Paulo, que é a praça onde é exibido o programa. O Casa Szafir é aos sábados, às 13h15min, no SBT, na VTV, afiliada do SBT, de Campinas, e passa em 66 municípios.
Cassiano Cavalheiro, [email protected]