A coluna Plural desta quarta-feira (22) traz texto sobre o tema Gestão e educação financeira. Os textos da Plural são publicados diariamente na edição impressa do Diário de Santa Maria. A Plural conta com 24 colunistas.
Ronie Gabbi
Consultor de organizações públicas
Como está a sua capacidade de se relacionar?
A percepção da vida é que vivemos em alta velocidade, agitados, com tudo acontecendo rápido demais e, se nos descuidarmos, num piscar de olhos, já foi. Tudo aquilo que as pessoas tinham expectativa de receber amanhã, passou a ser uma necessidade para ontem. Há quem defenda que a percepção dessa velocidade do tempo tem relação direta com o número de anos vividos. Por exemplo, uma criança percebe que demora muito para chegar a data de seu aniversário. Por outro lado, alguém que já passou dos 40 tem a impressão que seu aniversário chega muito rápido. Ou seja, o mesmo tempo tem percepções diferentes entre a criança e o adulto porque ele já viveu mais experiências.
Também é comum o fato de que o e-mail, os chats de conversas e a internet conectou as pessoas e ajuda em muito as empresas no quesito produtividade. Aprendemos que em muitas reuniões não mais precisamos viajar para fazê-las, mas sim, apenas clicar num link, o que poupou nosso dinheiro, mas, principalmente, nosso tempo.
Este novo universo, conectado, acelerado, inovador e desafiador, põe no “paredão” empresas grandes, pequenas, regionais, locais e multinacionais, ou seja, não importa o tamanho e nem área de atuação e muito menos os recursos econômicos disponíveis, importa, sim, a capacidade pessoal de fazer, de mudar e de se adaptar às diferentes realidades que acontecem no mesmo dia – digitais e presenciais – de pensar diferente para agir diferente.
A complexidade dos novos tempos não põe à prova apenas as empresas, mas também as pessoas. É natural que em uma zona de pressão elevada, o estresse aumenta, os atritos se intensificam e as relações se abalam. O mundo conectado permitiu que as pessoas gritem mais, mesmo a distância. É mais fácil tirar o celular do bolso e escrever o que se pensa em uma rede social sem avaliar corretamente as consequências. É mais fácil agir como uma criança mimada quando as coisas não acontecem como gostaríamos.
Esta é a realidade e não temos como escapar dela: vivemos a conectividade, vivemos a velocidade, vivemos a necessidade de mudança. E, diante dessa complexidade, precisamos aprender a prosperar. O “nós” vale para todos, para mim e para você, não importa a profissão nem a idade, muito menos o saldo bancário.
Qualquer que seja sua atividade, qualquer que seja sua capacidade, qualquer que seja seu conhecimento técnico – e olha que o conhecimento técnico tem uma enorme importância na economia atual –, o seu nível de sucesso (que não significa dinheiro) depende basicamente da sua habilidade de se relacionar com as pessoas. Ou seja, a capacidade de escutar, falar e agir de maneira que desperte naturalmente nas outras pessoas um comportamento positivo.
É como se estivéssemos dirigindo em uma avenida movimentada, sabemos onde queremos chegar, mas nem por isso podemos passar um sinal vermelho ou acelerar mais que a velocidade permitida da via porque em algum momento o veículo será multado. No longo prazo, terá mais sucesso aquele que for capaz de construir e manter os relacionamentos.
Como está a sua capacidade de se relacionar?