data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Eduardo Ramos (Diário)
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Ainda na semana passada, o Pronto-Socorro do Hospital Universitário (Husm) estava funcionando 180% acima de sua capacidade, com pacientes em macas nos corredores. A medida para controlar a situação foi fechar as portas, pelo menos, até sábado. Mas a situação permanece a mesma nesta segunda-feira, e o local está atendendo somente casos de emergência.
Segundo Soeli Guerra, Gerente de Atenção à Saúde do Husm, o hospital segue superlotado, mantendo apenas o atendimento de emergência via SAMU. O atendimento não está acontecendo de forma espontânea, ou seja, de "porta aberta" para a população:
- A questão é que recebemos as emergências, estabilizamos os pacientes e não temos para onde encaminhar. Hoje temos 23 solicitações de leito para serem encaminhadas para outro hospital, na regulação estadual.
Soeli explica que apesar da situação, os pacientes não param de receber encaminhamento para o Husm, mesmo com outras opções disponíveis para atendimento na cidade.
Com a situação do Husm, que se repete há anos, uma discussão volta à tona: sobre o Hospital Regional, que não funciona, na prática, no sistema "portas abertas", ou seja, só recebe pacientes encaminhados pela rede de saúde pública. O assunto vai virar uma reunião pública na Câmara de Vereadores de Sana Maria (leia mais abaixo).
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SERVIDORES PEDEM SOLUÇÃO
Durante a sexta-feira, ouvintes da CDN se manifestaram ao longo da programação, solicitando soluções por parte dos órgãos estaduais de saúde. Entre as queixas estão o descaso com o Husm e a necessidade de implementação de pronto-socorro no Hospital Regional. Conforme relata o servidor público Ivan Vey, a situação precária com o Husm se estende há anos, sendo tomadas apenas medidas paliativas.
- O problema é que o local não suporta a demanda e seus servidores já estão esgotados. Tenho presenciado corredores lotados de macas. Servidores fazendo o que podem para dar um atendimento digno que seja, o que muitas vezes não é possível devido às condições precárias de trabalho - desabafa.
Na denuncia, Vey também a falta de uso do Hospital Regional de Santa Maria que atualmente atende pacientes covid e algumas especialidades.
- Se o Hospital Regional estivesse operando na sua capacidade máxima, com certeza a situação seria outra. Onde estão os políticos nessa hora? Quando teremos uma solução definitiva? - questiona.
Para a professora de saúde coletiva da UFSM, Liane Beatriz Righi, a superlotação do Husm é reflexo do mau gerenciamento da saúde em diferentes pontos da região. Ela também enfatiza sobrecarga no hospital.
- Entendemos que o hospital precisa de mais investimentos. Contudo, apresentar o problema da superlotação do Husm de forma séria implica reconhecer que há um lugar que está sustentando os problemas gerados em outros pontos da rede regional.
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Para ela, é necessário que pacientes estabilizados possam ser transferidos para outras instituições. O que provocaria aumento da rotatividade, permitindo que o Husm consiga realizar suas funções de forma correta. Liane também critica a pouca utilização do Hospital Regional.
- Precisamos do Hospital Regional e precisamos de uma atenção básica mais robusta - completa.
O médico clínico do Husm, Ricardo Heinzelmann, enfatiza a necessidade de pressionar os órgãos de gestão da saúde.
- A gente precisa pressionar para a ampliação e abertura total do Hospital Regional. Essa é uma demanda antiga, o hospital demorou mais de uma década para ser inaugurado e que aconteceu por conta da covid. Até agora foram poucas cirurgias.
REUNIÃO PÚBLICA
Na sexta-feira, às 14h30min, a Câmara de Vereadores de Santa Maria será palco de uma reunião pública sobre saúde pública e para discutir a abertura integral de serviços e leitos do Hospital Regional. O deputado santa-mariense e presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT) é quem organiza o debate. Na manhã desta segunda-feira, em entrevista ao Bom dia, Cidade da CDN, Valdeci reforçou o trabalho para a abertura total do Hospital Regional.
- O Hospital Regional, um hospital público, não pode ter uma atuação muito acanhada enquanto o restante do sistema está quase em colapso. A nossa intenção é agrupar todos os setores e fazer um dialogo muito franco e aberto. A partir disso, construir um calendário de curto a médio prazo para resolver esses problemas na saúde de Santa Maria - completa.